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Estudo sobre obesidade analisa 20 milhões de adultos de 186 países

A docente e investigadora do Centro de Investigação em Antropologia da Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Cristina Padez, colaborou num estudo mundial sem precedentes sobre a obesidade, conduzido pelo Imperial College London, e que envolveu perto de 20 milhões de adultos de 186 países.

Os dados relativos a Portugal fornecidos pela investigadora da UC são compostos por uma amostra de mais de 820 mil jovens adultos de todo o país, com idades compreendidas entre os 18 e 20 anos, de vários estratos sociais, que participaram nas inspeções militares, no período 1985-2000.

O estudo, acabado de publicar na revista The Lancet, revela que mais de um em cada dez homens e uma em cada sete mulheres em todo o mundo estão agora obesos. Em quatro décadas, a obesidade entre os homens triplicou de 3,2 por cento em 1975 para 10,8 pontos percentuais em 2014. Já nas mulheres, mais do que duplicou, passando de 6,4 em 1975 para 14,9 por cento em 2014.

Ou seja, em 2014, 266 milhões de homens e 375 milhões de mulheres em todo o mundo eram obesos, significando também que a população mundial tornou-se mais pesada em cerca de 1,5 quilos em cada década subsequente desde 1975.

Além disso, 2,3 por cento dos homens e cinco por cento de mulheres de todo o mundo têm a classificação de obesidade grave, colocando-os em risco acrescido para o desenvolvimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e vários tipos de cancro.

O estudo, que envolveu também a Organização Mundial de Saúde (OMS), previu igualmente as tendências globais de evolução da obesidade, revelando que, em 2025, 18 por cento dos homens e 21 por cento das mulheres sofrerão de obesidade.

Esta pesquisa “mostra um cenário tremendamente assustador, indicando que vai ser praticamente impossível atingir a meta global estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, no sentido de até 2025 estabilizar os valores da obesidade nos níveis de 2010”, salienta Cristina Padez.

“Tem de haver uma política global de combate à obesidade por parte dos governos e não centrada apenas nos indivíduos. A obesidade é um dos grandes fatores de risco para um conjunto vasto de patologias, com custos sociais e económicos brutais para os países”, observa a especialista da UC em obesidade.

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