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Estrela torna-se atração espacial por ter uma estrutura em espiral “totalmente inesperada”

A estrela R Sculptoris só agora atinge verdadeiramente o estrelato por ter uma estrutura em espiral, descoberta através do telescópio Alma. “É a primeira vez que vemos uma espiral de matéria a sair da estrela”, salienta um dos investigadores do Observatório Europeu do Sul.

Uma estrela velha foi vista, pela primeira vez, na ‘companhia’ de matéria em espiral. A descoberta, “totalmente inesperada”, foi obtida no Chile através do telescópio Alma, por um grupo de astronómos do Observatório Europeu do Sul. Se a presença de uma concha esférica a envolver a estrela não é novidade, a presença de matéria em espiral ao redor da R Sculptoris, uma estrela gigante vermelha, surpreendeu por completo os cientistas.

“Já tínhamos visto anteriormente conchas em torno de estrelas deste tipo, mas esta é a primeira vez que vemos uma espiral de matéria a sair da estrela, juntamente com a concha circundante”, explicou Matthias Maercker, um dos investigadores que assina o artigo a ser publicado, esta semana, na revista Nature.

A descoberta só foi possível porque o Alma é considerado o telescópio mais avançado do mundo, permitindo obter imagens a três dimensões, essenciais para confirmar a estrutura em espiral. “Ao aproveitar o poder do Alma para observar pequenos detalhes podemos compreender muito melhor o que acontece à estrela antes, durante e depois da pulsação térmica, através do estudo da forma da concha e da estrutura em espiral”, continuou Maercker.

Isto porque a R Sculptoris encontra-se na fase vermelha, altura em que as estrelas emitem explosões de combustão de hélio na concha que envolve o núcleo estelar, durante breves períodos. Este processo, “a pulsação térmica”, origina as conchas de material (gases e poeiras) que envolvem as estrelas velhas.

A conjugação destes fatores leva os astrónomos a acreditar que em órbita da R Sculptoris existe uma “estrela companheira escondida”, tanto mais que a gigante vermelha ejetou uma quantidade de matéria muito superior à estimada pelos cientistas.

Ao acompanhar o processo de envelhecimento desta estrela, os investigadores acreditam que será possível traçar alguns cenários quanto à evolução do sol, a estrela que ‘rege’ o nosso sistema solar. “Sempre esperámos que o Alma nos desse uma nova visão do Universo, mas estar já a descobrir coisas novas inesperadas, com uma das primeiras configurações de observação”, argumentou Matthias Maercker.

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