A Estónia vai hoje a votos para o Parlamento, com as sondagens a indicarem incerteza sobre o género de coligação que poderá governar o país depois das eleições.
O Partido Reformista – de tendência liberal e pró-europeia – deverá manter a liderança no Parlamento da Estónia, após as eleições parlamentares de hoje, seguido de perto pelo Partido do Centro, de orientação centro-esquerda, que já em 2015 tinha ficado em segundo lugar, segundo várias sondagens.
As mesmas sondagens mostram ainda que dificilmente algum partido obterá maioria absoluta e que apenas metade dos dez partidos políticos que se apresentam a eleições deverá conseguir eleger deputados para os 101 lugares do Parlamento, obtendo o limiar mínimo de 05 por cento de votos.
Por outro lado, a campanha eleitoral revelou que as duas principais forças políticas apresentam programas eleitorais que podem ser difíceis de compatibilizar em soluções governativas de apoio parlamentar.
A chave para a solução governativa pode estar na terceira força política nas intenções de voto, o Partido Conservador do Povo (EKRE), de cunho nacionalista, que poderá facilitar uma aliança que permita apoio parlamentar maioritário.
O EKRE, liderado por Mart e Martin Helme, pai e filho, fez uma campanha agressiva, tendo por bandeiras medidas contra a imigração e uma posição muito crítica sobre a influência do governo russo na Estónia.
Se o EKRE se entender com o Partido Reformista, a líder desta força política, Kaja Kallas, uma advogada de 41 anos, poderá ser a próxima primeira-ministra da Estónia.
Mas as negociações para entendimentos pós-eleitorais ameaçam ser complexas e demoradas, após uma campanha aguerrida e dominada por críticas severas entre os vários partidos.
As eleições de hoje decorrem sob apertadas medidas de proteção, depois de a empresa tecnológica Microsoft ter alertado para a possibilidade de ‘hackers’ russos interferirem nos sistemas de votação, que são eletrónicos e ‘online’.
Os candidatos foram também treinados para proteger as suas páginas ‘online’ de campanha, com receio de tentativas de interferência vindas do exterior, em particular de um grupo conhecido como Strontium, que é igualmente suspeito de ter provocado interferências nas eleições presidenciais dos EUA em 2016.
A Estónia foi pioneira no voto eletrónico na Europa, em 2015, e repete hoje este método de escolha, permitindo que cerca de um terço dos 958.600 eleitores votem ‘online’.
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