Estado Islâmico leva o Irão a atacar o Iraque

Há uma nova guerra entre o Iraque e o Irão, agora provocada pelo Estado Islâmico. Os EUA vão apresentar à NATO as provas dos alegados ataques aéreos iranianos a alvos do ISIS em território iraquiano. O Irão nega as denúncias do Pentágono.

O Irão está a bombardear território do Iraque, diz o Pentágono; o Irão não está a bombardear território do Iraque, diz o regime iraniano.

Em causa estão os alegados ataques de aviões iranianos a posições do Estado Islâmico (ISIS, na sigla international) no Iraque.

A imprensa norte-americana tem divulgado, hoje, as imagens de um alegado caça iraniano durante um bombardeamento e cita fontes ligadas ao Pentágono, embora não identificadas.

Uma outra imagem, divulgada pela Al-Jazeera, também se tornou viral.

De acordo com essas notícias, os EUA vão levar as provas desses alegados ataques aéreos à próxima reunião da NATO, que vai discutir, em Bruxelas, a estratégia para combater o movimento extremista islâmico.

Numa altura em que o ISIS consolidou posições na Síria e no Iraque e se aproxima do Irão, os países ocidentais apostam em travar o recrutamento de combatentes, nomeadamente através do controlo da propaganda jihadista na internet.

Afastada continua a hipótese do Irão se juntar à coligação internacional que combate o ISIS. Ou, como antecipou em setembro o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, “nada muda” nessa coligação.

Na mesma altura, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas do Irão explicou que o país nunca se poderia aliar aos EUA (mesmo contra um inimigo comum), uma vez que acusam os EUA de serem o principal responsável pela instabilidade na região e pelo clima de guerra civil no Iraque.

Ao mesmo tempo que divulga a foto do alegado caça iraniano, a Al-Jazzera cita fontes militares do Irão a repetirem que não existe qualquer cooperação militar com os EUA.

Da parte norte-americana, as fontes militares não se alongam sobre os alegados bombardeamentos de posições do ISIS no Iraque, mas admitem que compete ao Irão gerir o espaço aéreo iraniano, numa ‘autorização’ implícita a esses (alegados) ataques aéreos.