O número de casos de Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo) ultrapassou esta semana a fasquia das 420 pessoas infetadas, com o total de mortos a subir igualmente, para 242, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a atualização de 27 de novembro da OMS, nas 14 zonas da epidemia nas províncias de Norte Kivu e Ituri, 35 pessoas não resistiram ao Ébola só nos últimos nove dias.
O registo de casos de contaminação do Ébola, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infetados e que provoca febre hemorrágica, sofreu um aumento de 49 pessoas no mesmo período (19 a 27 de novembro).
No relatório da OMS, elaborado conjuntamente com o Ministério da Saúde da RDCongo e organizações não-governamentais que trabalham no nordeste da RDCongo, é expressa “a confiança de que a epidemia por ser contida, apesar dos constantes desafios”.
A epidemia do vírus Ébola no país africano foi declarada a 01 de agosto deste ano, em Mangina, nas províncias de Kivu Norte e Ituri.
No distrito de Boikene, a OMS, o Ministério da Saúde da RDCongo e organizações não-governamentais tiveram de suspender as operações de socorro durante dois dias, depois de um ataque de um grupo armado.
Os rebeldes atacaram uma base da Missão das Nações Unidas para a Estabilização da RDCongo localizada a norte de Beni, perto das residências do pessoal da ONU destacado para aquela região para as operações no âmbito do combate ao Ébola.
A região de Beni tem sido palco de ataques contra civis perpetrados pelo grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF), o que complica a resposta sanitária.
O vírus alastrou já até perto da fronteira com o Uganda, país que, para prevenir, realizou um programa de vacinação de funcionários na fronteira com a RDCongo, atravessada diariamente por centenas de pessoas, num trânsito normal.
Até 04 de novembro, 26.687 pessoas, 7.006 crianças, foram vacinadas na RDCongo, incluindo 9.105 elementos de organizações de socorro, governamentais e não-governamentais.
Nos últimos meses, a ONU inquietou-se com o risco de propagação da epidemia ao Burundi, Uganda, Ruanda e Sudão do Sul.
Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, de 30 de outubro, instou estes países africanos a reforçarem as capacidades operacionais para lutar contra a doença, em total cooperação com a OMS.
Proposta pela Suécia, a resolução, aprovada pela unanimidade dos 15 Estados-membros, reconheceu o perigo de saúde regional do vírus de Ébola na RDCongo.
A epidemia de Ébola é já a maior da história na RDCongo relativamente ao número de contágios, assumiu o Governo.
Segundo o ministro da Saúde da RDCongo, Oly Ilunga Kalenga, a presente epidemia ultrapassou em casos e mortos a primeira no país, registada em 1976.
Posteriormente, a RDCongo foi atingida mais oito vezes por uma epidemia de Ébola.
Em 1995, o vírus do Ébola, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infetados e que provoca febre hemorrágica, provocou a morte a 250 pessoas na cidade de Kikwit, na província de Kwilu, no sudoeste da RDCongo.
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