No fundo, há uma modernização de pensamento educativo. Procura-se ter na sala de aula algo que transcende o habitual numa disciplina, havendo um conjunto de tópicos que exigem saberes oriundos de diferentes disciplinas e que serão trabalhados de forma transversal.
Sempre achei que o ensino está completamente desfasado da realidade actual. Uma das causas é o avançar de idade de muitos professores e um ministério centralizador e contra a inovação. Com a idade, a capacidade de adaptação e de aceitar o que é novo é mais complicada. Por outro lado, ministros que mudam tudo quando chegam é mau.
A perspectiva redutora que se centra nos conteúdos, no cumprimento do programa der para onde der, não interessando como se aprende e assimila a matéria. Prevalecendo uma lógica rígida e imutável, em vez de uma visão curricular mais integrada e flexível.
A Escola em Portugal tem por hábito mudar tudo constantemente, em que cada ministro quer deixar a sua marca, em vez de haver um desígnio de educação traçado a médio e longo prazo, independente de governos e ministros.
Por outro lado, sempre achei que se falava muito em nome dos alunos, sem estes serem ouvidos e achados. Os alunos devem ser o centro e a razão da existência da escola.
Em Portugal, os pais têm excesso de poder e intervenção na Escola. A Escola não é dos pais, mas dos alunos, professores e pessoal não docente. Esta trilogia, mais as suas instalações, são o paradigma de uma escola de sucesso com cada vez mais autonomia pedagógica e financeira.
O objectivo de um aluno, na escolaridade obrigatória, deve ser estabelecer metas globais e clarificar os objectivos de todas as disciplinas, dar ênfase a práticas de cooperação na sala de aula e promover conhecimentos e competências multidisciplinares, através do estudo e tópicos que serão feitos com a colaboração entre vários professores na sala de aula.
O Mundo à nossa volta está a mudar a uma velocidade vertiginosa e cria novos desafios para a educação. No futuro, para não dizer já hoje, uma vida sem internet, sem um smartphone é inconcebível.
Mas também, saberes de educação, comportamentos e atitudes de boas maneiras para com os outros e nós próprios. Uma coisa é a instrução, outra também muito importante é a educação.
Conheço muitos doutores que são mal-educados e sem maneiras. É na Escola que temos que perceber o que vale a pena aprender, fomentar uma modo de vida sustentável, como reagir à constante mutação do mundo em que vivemos, como melhorar a cultura escolar.
No fundo é fundamental tornar o ensino, numa vertente prática e útil para quem abandona os bancos da escola.
É importante aumentar a motivação e alegria de aprender dos alunos.
Todavia o que se faz em Portugal, apesar de durante anos andarem a dizer que a Finlândia deveria ser a nossa referência, é exactamente o contrário. A reforma do ensino é mais centralizadora, em programas demasiado extensos, excessivamente prescritos, na definição de metas curriculares, excesso de trabalhos de casa, etc.
Portugal anda sempre atrasado a implementar reformas oriundas de outros países e modelos que foram testados. O seu atraso talvez fosse benéfico ao ver o que de mal foi experimentado noutros países e adoptar o que é melhor.
O ensino tem que se adaptar aos novos tempos, aumentar a motivação e alegria de aprender coisas importantes e não obsoletas.
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