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Economista diz que cultura tradicional do caju não ajuda Guiné-Bissau a desenvolver-se

O economista guineense Santos Fernandes defendeu hoje uma aposta na industrialização do setor do caju na Guiné-Bissau, salientando que a cultura tradicional que ainda se pratica não ajuda o país a desenvolver-se.

“Este é o grande paradoxo que vivemos. Continuamos a ter a cultura do caju de uma forma muito tradicional e isto não ajuda um país, que se quer expandir e desenvolver-se a partir da castanha de caju. Isto tem de ser repensado do ponto de vista económico e técnico”, afirmou à agência Lusa o economista.

Segundo o economista, é preciso pensar na industrialização do caju, que representa mais de 90 por cento das exportações do país.

“Tem-se falado do crescimento à volta da castanha de caju, mas não se tem falado de investimento nas infraestruturas a favor do caju”, disse.

Questionado sobre o preço de referência de compra ao produtor fixado para a campanha de comercialização deste ano, 1.000 francos cfa (cerca de 1,5 euros) o quilograma, Santos Fernandes lembrou que o caju é um produto cotado em bolsa.

“Isso significa que por mais que uma pessoa tenha boas intenções, tem de ter essa variável em atenção, porque, por exemplo, suponhamos que o dólar em determinado período dispara, sofre uma apreciação, e os produtos comprados a partir do dólar passam a ser mais apreciáveis e quando se tomam medidas políticas é preciso analisar todas essas variáveis para não cair em erro”, sublinhou.

O economista salientou também que se a campanha começa com um preço de 1.000 francos cfa “é expectável” que suba até aos 1.500 francos cfa (cerca de 2,29 euros), mas a realidade pode ser outra.

“Pelos indicadores que nós temos, pelas decisões e análises do Governo da Costa Marfim, tudo indica que não é realista. E não estou em crer que consigamos vender toda a nossa castanha nesse valor. Seria bom”, afirmou.

“Como guineense é salutar que os nossos produtos estejam a ter algum lucro nisto, mas como técnico acho que este preço não é realista comparativamente aos países da sub-região. A 15 de fevereiro a Costa do Marfim anunciou um preço de referência de 500 francos cfa por quilograma (cerca de 0,76 cêntimos de euro)”, acrescentou.

Para Santos Fernandes, quem determina o preço é o mercado e os seus agentes e a Guiné-Bissau “acaba por sujeitar-se à dinâmica dos mercados”.

A castanha de caju é o principal produto de exportado pela Guiné-Bissau e o seu elevado preço tem suportada uma “atividade económica dinâmica” no país, segundo o Fundo Monetário Internacional.

Lusa

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Lusa

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