A economia de Macau registou uma recessão económica de 3,5 por cento, em termos reais, entre janeiro e setembro deste ano, em relação a igual período de 2018, foi hoje anunciado.
De acordo com as estimativas da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a quebra observada no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano foi de 4,5 por cento e deveu-se ao “alargamento da queda observada das exportações de serviços”.
A procura externa continuou a abrandar, com as exportações de serviços a descer 4,7 por cento e as exportações de bens a subir ligeiramente 0,5 por cento no trimestre passado.
Em relação aos primeiros nove meses do ano, foram registados aumentos na despesa de consumo privado (2,9 por cento), na despesa de consumo final do governo (4,9 por cento), enquanto o investimento desceu 22,1 por cento e as exportações de bens dimuíram 9,1 por cento.
As importações de bens subiram ligeiramente, 0,3 por cento.
As exportações de serviços caíram 1,9 por cento, com as exportações dos serviços do jogo a registarem uma queda de 2 por cento, e as importações de serviços a descerem 10,4 por cento.
A DSEC indicou ainda que as taxas de crescimento económico de 2017 e de 2018 foram revistas em alta, para 9,9 por cento e 5,4 por cento, respetivamente.
Quanto a 2019, as taxas de crescimento económico foram todas revistas em baixa, para -3,8 por cento no primeiro trimestre, -2,2 por cento no segundo trimestre e -3 por cento no primeiro semestre, acrescentou a Direção.
As previsões agora anunciadas são bem mais negativas que as apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional no relatório sobre as perspetivas de evolução da economia global (Global Economic Outlook), divulgadas em outubro durante os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.
Nessa altura, o FMI reviu em baixa a previsão de crescimento para este território, passando de uma estimativa de um crescimento de 1,3 por cento este ano para uma recessão de 1,3 por cento e uma nova quebra no PIB, de 1,1 por cento em 2020.
Numa nota enviada à Lusa, em outubro, a chefe da missão do FMI em Macau, Mariana Colacelli, disse que a região administrativa especial chinesa registou crescimentos negativos, de 3,2 por cento e 1,8 por cento no primeiro e segundo trimestres de 2019, o que levou o FMI a corrigir as previsões.
Segundo a especialista para Macau, o que mais contribuiu para a viragem das previsões foi a diminuição dos investimentos e exportações, por sua vez afetados pelo “turismo do jogo”.
“Projetamos uma contração para 2019, já que as receitas do jogo são afetadas negativamente pelo crescimento lento da China. Além disso, a incerteza criada pelo fim das licenças de jogo em 2022 terá que ser resolvida para que o investimento recupere”, concluiu a representante do FMI em Macau.
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