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Diáspora guineense em França pede unidade e condições para voltar ao país

A comunidade guineense em França quer unidade no país e condições para os jovens possam regressar, embora muitos não consigam votar devido aos problemas do recenseamento realizado no início do ano.

“A maior parte das pessoas recenseadas não são guineenses e eu quero evitar problemas. Eles vão escolher alguém que vai satisfazer outros interesses. Mas vou continuar a dar a minha contribuição para a Guiné e nas comunidades à volta de Paris”, afirmou João Intu Cabi, poeta e figura da comunidade guineense em França, em declarações à agência Lusa.

Tal como João Intu Cabi, também Luis Dajucume, nascido na Guiné e radicado em França desde a infância, lamenta não poder votar nas eleições de domingo.

“É pena que não possa votar este ano porque o recenseamento foi muito complicado. Mesmo estando longe, sou muito apegado ao país onde nasci”, disse Luis Dajucume, dirigente da associação Kakanda, que promove a cultura da Guiné Bissau.

Para quem vai conseguir votar, este é o momento de dar condições aos jovens que querem voltar ao país.

“A maior parte dos jovens na diáspora tem competências para voltar e ocupar cargos importantes, participar na evolução e construção do país, mas as condições do país não são favoráveis a um regresso”, disse Cadidjatu Baldé, estudante em Paris e presidente da Associação Africana Amílcar Cabral.

Cadidjatu Baldé torce pela vitória de Domingos Simões Pereira, candidato do PAIGC, e critica o Presidente, José Mário Vaz, que se recandidata ao lugar, pela recente destituição do Governo de Aristides Gomes e nomeação de um novo executivo – decisão que depois não se manteve.

“Esta decisão foi má, porque não o favorece. Só parece querer adicionar mais instabilidade ao país”, considerou a jovem.

Várias pessoas da comunidade guineense com quem a Lusa falou referem que houve uma falta de informação sobre o programa da maioria dos 12 candidatos que vão a votos, criando dúvidas sobre os seus programas.

“O que é mais necessário é uma nova organização do sistema político no país porque este conflito permanente entre o Presidente e o primeiro-ministro não leva a nada. É preciso uma nova solução constitucional. Espero que os últimos anos tenham sido a prova que há uma urgência para as forças políticas trabalharem em conjunto para melhorar o país”, sublinhou Luis Dajucume.

João Intu Cabi referiu que falta unidade ao país.

“Agora os guineenses estão separados, não há unidade. Os políticos não estão a governar pelos princípios de Cabral, que ele usou para poder dar independência ao povo guineense”, indicou o autor, referindo ainda que as questões de regionalismos fragmentam o país como não acontecia “desde o tempo da independência”.

Em Paris, segundo foi comunicado à comunidade pela embaixada da Guiné Bissau, será possível votar numa mesa de voto no 10.º bairro, assim como nos arredores da capital em Mantes la Jolie e Evreux e ainda em Lille, cidades onde há uma forte presença guineense.

Mais de 760.000 eleitores escolhem domingo entre 12 candidatos o futuro Presidente da Guiné-Bissau.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: França

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