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Desarmamento voluntário da Renamo arrancou no centro de Moçambique

O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, arrancou hoje na serra da Gorongosa, um momento que o líder do partido assinalou como “histórico e de grande simbolismo”.

O início da operação, em Sandjudjira, província de Sofala, foi testemunhado pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, peritos militares internacionais, jornalistas, além de membros do Governo moçambicano integrados na Comissão dos Assuntos Militares, que é também composta por representantes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

Ossufo Momade considerou o momento “histórico e de grande simbolismo”, assinalando a necessidade de empenho de todas as partes envolvidas para o sucesso do DDR.

“A partir desta cerimónia histórica e de grande simbolismo, esperamos que prevaleçam os valores de não mais voltarmos a cometer os erros do passado”, salientou Ossufo Momade, falando no ato de arranque da operação.

A cerimónia de hoje foi marcada pela entrega de armas por parte de quatro guerrilheiros da Renamo à Comissão dos Assuntos Militares, mas segundo Ossufo Momade prevê-se que 5.221 membros do braço armado do principal partido da oposição sejam abrangidos pelo DDR em todo o país.

“Somos por uma reintegração humanizada e dignificante, daí que aguardamos a concretização das promessas de apoios feitas, quer pelo Governo, quer pela comunidade internacional, para que este fim seja uma realidade”, declarou o presidente da Renamo.

Nenhuma data foi avançada para o fim do processo.

Os guerrilheiros que entregaram hoje as suas armas foram depois colocados num centro criado para o efeito nas encostas da serra da Gorongosa e vão aguardar informações sobre o seu futuro.

O entendimento entre o Governo moçambicano e a liderança da Renamo prevê a integração de alguns guerrilheiros nas Forças de Defesa e Segurança (FDS).

Ainda hoje em Sandjudjira, 46 membros do braço armado da Renamo fizeram o registo dos seus dados pessoais na Comissão dos Assuntos Militares para nos próximos dias entregarem as armas no âmbito do DDR.

Eugénio Mussa, representante do Governo na Comissão dos Assuntos Militares, afirmou que o ato marca o lançamento do DDR e dá seguimento aos entendimentos alcançados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a 06 de agosto de 2018.

“É nosso desejo e expetativa que o processo prossiga até ao alcance da paz definitiva. Estamos cientes de que a entrega, dedicação e envolvimento direto do Presidente da República continuarão a ser decisivos para o alcance deste objetivo que os moçambicanos almejam”, afirmou Eugénio Mussa.

O DDR resulta das negociações de paz entre o Governo e a Renamo visando pôr termo a ciclos de violência entre as partes e o estabelecimento de uma paz duradoura em Moçambique.

Lusa

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