O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros, o modelo final para a privatização do grupo CTT – Correios de Portugal. A maior fatia do bolo, “até 70 por cento do capital social”, é para oferta pública de venda (OPV), ou seja, será dispersa através da bolsa de valores. O resto será para “venda direta a um conjunto de instituições financeiras, que ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das ações nos mercados de capitais”.
É na parte maior – a da OPV – que se encontram os cinco por cento do capital que estão reservados para compra preferencial por parte dos trabalhadores. Se este lote não for esgotado, junta-se aos títulos para dispersar em bolsa.
A holding estatal Parpública, que vai gerir o processo de privatização dos CTT, terá uma comissão especial de acompanhamento para “apoiar tecnicamente o processo” e “garantir a cabal observância dos princípios da transparência, do rigor, da isenção, da imparcialidade e da melhor defesa do interesse público”.
Esta “defesa do interesse público” será asssegurada por elementos a nomear pelo Governo, através de despacho, nos termos da lei-quadro das privatizações.
Na parte da venda direta institucional, os CTT despertaram a atenção de várias empresas. O Diário Económico junta na mesma lista o Grupo Urbanos, os Correios do Brasil, o Grupo Rangel (aliado ao Montepio Geral), o fundo Apax Partners Private Equity Investment Group Fund, “outros dois/três fundos de investimento” e ainda o empresário Paulo Fernandes.
O único interessado assumido é o Grupo Urbanos, cujo presidente, Alfredo Casimiro, adiantou à Lusa que vai apresentar uma proposta entre 500 e 600 milhões de euros pela totalidade dos CTT, em parceria com o banco de investimento Shuaa Capital, do Dubai.
O Governo prefere seguir o modelo seguido na privatização dos correios britânico e belga, que dispersaram os títulos em bolsa. No entender do executivo, este modelo permitirá um encaixe financeiro maior, ao invés do que aconteceu, por exemplo, com a venda direta em bloco da gestora aeroportuária ANA.
A opção pela OPV é “um erro crasso”, respondeu, na segunda-feira, Alfredo Casimiro.
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