A presidente do CDS-PP subiu hoje o tom contra o PS no caso de Tancos, prometeu que “não se calará” e alertou que a tese das cabalas, no passado, foi “um filme que não acabou bem”.
Foi num discurso num jantar comício em Albergaria-a-Velha, Aveiro, que Assunção Cristas falou de “um dos maiores escândalos da vida democrática” portuguesa e afirmando que o Governo “silenciou” e “participou numa ilegalidade e numa mentira que vendeu ao país” acerca do alegado desconhecimento do antigo ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes e de António Costa sobre o encobrimento na recuperação do material furtado no paiol de Tancos, em 2017.
Cristas insistiu que o ex-ministro soube dessa operação e na tese de ser “pouco crível” que Costa não soubesse do que estava para acontecer.
Numa parte em que o discurso foi ouvido com mais silêncio na sala, a líder centrista avisou que “outros podem ter medo do PS”, medo do “confronto” com o poder, mas o CDS não se atemoriza com “mensagens” que disse ter recebido quanto ao “preço político” de insistir no dossiê Tancos na campanha eleitoral.
“No CDS não temos medo, não temos medo do PS e de dizer a verdade. Há quem nos mande mensagens, que temos um preço político, mas a verdade não tem preço”, afirmou, empolgada.
E numa referência à notícia do semanário Expresso, de que o PS acredita numa conspiração neste caso, Assunção Cristas também teve palavras duras.
“Já vimos este filme e o filme não acabou bem”, afirmou, numa referência, sem o mencionar diretamente, a José Sócrates e à tese da cabala a propósito da operação Marquês, em que o ex-primeiro-ministro foi acusado.
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