Crise levou à paralisação de mais de 80 por cento dos autocarros de passageiros na Venezuela

A crise económica venezuelana, a hiperinflação e dificuldades para importar peças de reposição levaram à paralisação de mais de 80 por cento dos autocarros de passageiros na Venezuela, país onde a falta de transportes dificulta a ida diária para o trabalho.

“Trabalhamos, em média, a 16 por cento da capacidade. Há empresas totalmente paralisadas e sem matéria prima, tanto nacional como importada”, disse aos jornalistas o presidente da Câmara Venezuelana de Fabricantes de Auto-partes (Favenpa).

Segundo Omar Bautista, a situação a crise venezuelana tem obrigado as empresas a modificarem os horários de funcionamento, tentando adaptar-se a uma situação que cada vez se agrava mais devido à hiperinflação e à perda de poder aquisitivo da população.

“Algumas empresas funcionam três dias por semana e outras semana sim e semana não”, frisou.

Segundo a Favenpa, desde janeiro de 2018 apenas foram montadas 705 viaturas no país de uma média que rondava os 102 mil veículos anuais.

Por outro lado, a Venezuela regista também uma redução 96 por cento nas exportações de algumas auto-peças que eram produzidas localmente e que rondavam os 228 milhões de euros, com o setor a receber apenas entre 3,0 e 3,5 milhões de euros.

Dados da Academia Nacional de Engenharia da Venezuela (ANEV, equivalente à Ordem dos Engenheiros) existem atualmente 4,4 milhões de viaturas na Venezuela, 76 por cento delas propriedade de particulares. Apenas 2 por cento são classificadas como de transporte coletivo de passageiros e 8 por cento de outro tipo de autocarros.

No entanto, segundo o porta-voz da ANEV, Eduardo Páez Pumar, 80 por cento das viaturas destinadas ao transporte público, estão paralisadas devido à falta de peças de reposição e de mecânicos.

Desde 2011 a Venezuela importou mais de 7.000 autocarros Yutong, de fabrico chinês e chegou a criar uma fábrica que montou 300 viaturas, no entanto, segundo Eduardo Páez Pumar, muitas delas estão paralisadas por falta de peças de reposição.

A agravar a situação existe uma grande deterioração das vias rodoviárias do país.

Para ir e regressar do trabalho muitos venezuelanos recorrem às ‘perreras’ ou ‘cachorreiras’, cujo nome está inspirado nas viaturas usadas nas séries televisivas norte-americanas e nos caçadores de cães vadios.

Muitos destes camiões não têm teto, alguns deles têm grades laterais e normalmente as pessoas viajam de pé, apertadas umas contra as outras.

Lusa

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Etiquetas: Venezuela

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