O primeiro–ministro chamou hoje para uma reunião em São Bento o ministro e secretário de Estado da Cultura, Luís Castro Mendes e Miguel Honrado, para acompanhar o processo relativo à aplicação do programa de apoio às artes.
Fonte do executivo referiu à agência Lusa que ainda durante o dia de hoje o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, deverá “dar mais esclarecimentos” sobre a estratégia seguida pelo Governo neste caso dos concursos de apoio às artes – uma matéria que tem suscitado protestos de companhias e de criadores.
Pela parte do Governo, existe a convicção de que, nesta polémica, “há questões que estão mal esclarecidas junto da opinião pública”.
“Há 16 novas companhias abrangidas pelos apoios e no teatro o financiamento médio subiu de 108 para 131 mil euros. Por outro lado, o Governo anunciou um reforço na ordem dos dois milhões de euros. Na listagem conhecida, esses novos apoios de reforço não estavam ainda contabilizados”, acrescentou a mesma fonte.
Os resultados provisórios dos concursos ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da Direção-Geral das Artes, conhecidos na sexta-feira, têm suscitado protestos.
No sábado, em Lisboa, um conjunto de agentes do teatro reuniu-se em contestação ao processo de atribuição das verbas plurianuais, tendo decidido constituir uma plataforma e pedir uma reunião ao primeiro-ministro, António Costa.
Os concursos ao Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 abriram em outubro, com um valor global de 64,5 milhões de euros para apoiar modalidades de circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro.
No sábado, o Governo anunciou um reforço do montante disponível até 2021, para 72,5 milhões de euros.
De acordo com os resultados provisórios dos concursos comunicados aos candidatos, a que a agência Lusa teve acesso, 50 candidaturas das 89 avaliadas na área do teatro deverão receber apoio estatal, e várias estruturas que tiveram apoios no passado ficarão de fora, como o Teatro Experimental de Cascais, O Teatrão e Escola da Noite, de Coimbra, o Centro Dramático de Évora e o Teatro das Beiras, da Covilhã.
Igualmente excluídos ficarão o Teatro Experimental do Porto, a Seiva Trupe, o Festival Internacional de Marionetas e o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), também do Porto, o Teatro de Animação de Setúbal, das 39 estruturas e projetos que ficam sem financiamento.
Entre as companhias mais apoiadas estão a Teatro Praga, Companhia de Teatro de Almada, Artistas Unidos, O Bando, Teatro do Noroeste, Companhia de Teatro de Braga, Companhia de Teatro do Algarve (ACTA), a Comuna – Teatro de Pesquisa e Novo Grupo de Teatro, do Teatro Aberto, todas com um apoio para o quadriénio 2018-2021 superior a um milhão de euros.
Teatro do Elétrico, Teatro Extremo, Ar de Filmes, Este – Estação Teatral, Companhia de João Garcia Miguel, Mala Voadora, Comédias do Minho, Teatro da Rainha são outras companhias apoiadas.
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