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Consultora Fitch Solutions alerta que reformas em Angola resultam a longo prazo, mas enfrentam riscos no imediato

A consultora Fitch Solutions considerou hoje que as reformas lançadas pelo Governo de Angola vão colocar o país em bom plano a médio e longo prazo, alertando, no entanto, para alguns riscos de instabilidade social a curto prazo.

“Os esforços sobre uma reforma estrutural significativa que estão a ser dados sob a liderança do novo Presidente de Angola, João Lourenço, sugerem um futuro brilhante para Angola, apesar de, a curto prazo, as reformas poderem aumentar a instabilidade dentro do [partido] MPLA ou enfrentar problemas na implementação”, escrevem os analistas.

Numa nota sobre Angola a médio e longo prazo, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, estes analistas do mesmo grupo que tem também a agência de rating Fitch dizem que esta “potencial perturbação social” pode aumentar a incerteza dos investidores sobre a direção política.

Contudo, vincam que “estes esforços são cruciais para melhorar as perspetivas de crescimento económico a médio e longo prazo, limitando o risco de perturbações sociais”.

Num tom elogioso para com o novo Governo, os analistas escrevem, no entanto, que Angola enfrenta vários desafios, e elencam a fragmentação dentro do partido do Governo, o MPLA, a corrupção, o desemprego e a desigualdade como as principais ameaças e desafios à estabilidade.

“Não podemos excluir o risco de uma luta de poder entre diferentes fações no MPLA na próxima década, o que pode influenciar as decisões políticas”, escrevem os analistas, notando que “muitos membros do partido beneficiaram fortemente da presidência de José Eduardo dos Santos e estas figuras podem opor-se abertamente à mudança e formar um grupo para preservar os interesses económicos e políticos que têm”.

Sobre a corrupção, a Fitch Solutions diz que, apesar das decisões mediáticas relativamente aos apoiantes do antigo Presidente, incluindo um dos filhos, “não é de esperar que a corrupção seja erradicada na próxima década, já que construir instituições fortes que consigam prevenir adequadamente a má governação e o clientelismo vai demorar tempo”.

Além disto, concluem, “também há o perigo de as medidas anticorrupção perderem o fôlego se a liderança política não quiser parecer demasiado punitiva por receio de fragmentação”.

Na análise, a Fitch Solutions salienta ainda que Angola tem uma pontuação de 55,9 pontos no Índice de Risco Político, o que, comparada com a média de 49 pontos da África subsaariana, é “elevado pelos padrões regionais”.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: ÁfricaAngola

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