O Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão consultivo sobre políticas de saúde que hoje esteve reunido, considera que o reforço da Linha SNS24 evitará o agravamento da “preocupação e ansiedade dos cidadãos”.
Da reunião extraordinária do CNS resultou uma apreciação, enviada à Lusa, sobre a pandemia da covid-19, que já causou seis mortos em Portugal, na qual se sublinha que a resposta da Linha SNS24 e dos profissionais de saúde que a asseguram deve ser reforçada, para que “a preocupação e ansiedade dos cidadãos não seja agravada pela não resposta, pelo atraso na resposta ou eventuais mensagens equívocas”.
O órgão de consulta do Governo para a definição de políticas de saúde apela ainda para que “sejam garantidos os recursos humanos, físicos e materiais, como equipamentos de proteção individual e meios de diagnóstico laboratorial, essenciais para garantir a proteção dos profissionais e dos utentes”.
No documento, assinado pelo presidente do órgão, Henrique Barros, é reconhecido “o esforço incansável dos profissionais de saúde na resposta ao crescente número de casos em Portugal” e “a extraordinária mobilização e solidariedade da sociedade portuguesa, que tem contribuído para uma resposta pronta e eficiente aos desafios colocados pela pandemia”.
Ao mesmo tempo, reconhece “o importante contributo dos meios de comunicação social para divulgar informação cuidadosa e credível, e assim ajudar a população a tomar as atitudes mais apropriadas para si e para a comunidade”.
O CNS reitera “a importância de garantir aos doentes crónicos os cuidados de saúde, a informação e a proteção social necessária, assegurando-lhes a continuidade de cuidados, protegendo-os da infeção e prevenindo consequências futuras na sua saúde”.
O órgão consultivo independente insta o Governo e as autarquias “a colaborarem ativamente na prevenção das consequências sociais e psicossociais da pandemia, organizando a resposta adequada às necessidades da população, em especial dos grupos mais vulneráveis e daqueles que necessitem de isolamento por contacto de risco ou doença, evitando situações de abandono social, privação alimentar ou privação de cuidados a dependentes”.
Por outro lado, o CNS apela para que as organizações sem fins lucrativos, organizações não-governamentais e instituições particulares de solidariedade social colaborem com as autarquias, os agrupamentos de centros de saúde e os hospitais, “para o apoio integrado e abrangente à população”.
Mobilização, coordenação e harmonização são os conselhos do CNS para uma resposta eficaz à pandemia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 90.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais (4.032 mortos em 47.021 casos).
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis.
Para combater a pandemia de Covid-19, Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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