Comissão para estudar incêndio de Pedrógão não tem… bombeiros

Os bombeiros não foram chamados a integrar a comissão independente que vai apurar o que realmente aconteceu no incêndio de Pedrógão Grande. As estruturas representativas da classe ficaram surpreendidas por não ser dada voz “aos que assistem ao desenrolar dos acontecimentos no teatro das operações”.

O único elemento da comissão com ligações aos bombeiros é um antigo comandante nacional “que foi afastado do cargo pelo atual Governo”, sustentam a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, num comunicado conjunto.

“Não foi dada voz aos que combatem os incêndios no terreno e assistem, na primeira pessoa, ao desenrolar dos acontecimentos no teatro das operações”, criticam as estruturas.

Os bombeiros realçam que não está em causa a idoneidade dos académicos escolhidos para a comissão, que inclui ainda técnicos indicados pelos partidos, mas consideram “caricata” a não inclusão de um único operacional da classe.

“A tal confiança nos operacionais no terreno” não passa, afinal, de uma expressão de que “tanto se falou no decorrer dos incêndios”na região centro, consideram a a associação e o sindicato.

“Além de caricata, esta opção denuncia que a Assembleia da República não reconhece legitimidade aos bombeiros para ajudarem a contribuir para a solução deste grave problema”, destaca o comunicado, que aponta o dedo a um Governo que “reduz os bombeiros aos homens e mulheres que se limitam a enfrentar as chamas, segundo as regras que os outros ditam, mas arriscando a sua vida”.

Os bombeiros lembram ainda que “nem o Governo, nem a Assembleia da República conseguiram aplicar ou fazer cumprir qualquer uma das recomendações” constantes num relatório sobre os incêndios de 2014, aprovado no Parlamento por unanimidade.

Urge, destacam os operacionais, mudar este paradigma de “criar comissões com técnicos que pouco ou nada conhecem de situações operacionais, porque assim se corre o risco de nenhuma das conclusões ser aplicável no terreno”.

A comissão técnica independente que vai analisar os incêndios na região centro, com especial destaque para o de Pedrógão Grande, que provocou 64 mortos, foi apresentada na segunda-feira e é presidida por João Guerreiro, antigo reitor da Universidade do Algarve. A comissão entrou ontem em funções e tem dois meses para chegar a conclusões.

 

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