Cinco maiores bancos cobraram 5,3 milhões de euros por dia em comissões

As cinco maiores instituições bancárias cobraram 5,3 milhões de euros por dia, em 2016. No entanto, Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta, BPI, BCP e Novo Banco (até à resolução) deram conta de uma descida das comissões, na ordem dos 88 milhões, em comparação com 2015. A Deco acusa a banca de fazer cobranças ilegais e de transformar as manutenções de conta numa espécie galinha de ovos de ouro.

Sabe em detalhe quanto paga de comissão por uma qualquer operação bancária na instituição onde tem conta?

O mais provável é que responda negativamente e o desconhecimento sobre precários dos bancos suscita, inúmeras vezes, surpresas, na consulta dos extratos.

Durante o ano de 2016, segundo números divulgados pelo Correio da Manhã, os cinco principais bancos portugueses reportaram ganhos de 1954 milhões de euros, o que representa uma média diária de 5,35 milhões por dia.

Cada vez mais operações bancárias estão sujeitas a pagamentos de comissões, desde uma transferência através do serviço de homebanking, até a um levantamento numa sucursal.

De acordo com a Deco, há ilegalidades, uma vez que há cobranças de comissões sem que se verifique um serviço prestado pelo banco.

Em declarações à agência Lusa, o economista Nuno Rico, da Deco/Proteste, dá como exemplo as cobranças de comissões por manutenção de conta. O especialista argumenta que a simples existência de uma conta bancária não pode ser argumento para se criar uma comissão.

O Banco de Portugal assegura, no entanto, que os preçários dos bancos respeitam a lei.

Outros exemplos de práticas “sem sentido” estão na cobrança de comissões no processamento de prestação da casa, ou nos cartões de débito – sem os quais os clientes não podem aceder à maioria das operações bancárias.

Acresce que as anuidades dos cartões cresceram de forma significativa, nas principais instituições.

“O novo alvo dos bancos é a conta domiciliada, ou conta ordenado, cuja abertura recomendávamos aos nossos associados, para evitar a cobrança de comissões, mas que desde 2016 é a nova fonte de receita descoberta pela banca”, acusa aquele economista.

O caso torna-se mais grave quando há clientes que estão ‘presos’ ao banco, em virtude de créditos a habitação.