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Porque é que a chuva depois dos incêndios pode ser perigosa?

Depois de um verão marcado pelos incêndios, nada como um outono chuvoso. Esta ideia de senso-comum é contrariada pelo meteorologista Manuel Costa Alves, que alerta para os riscos das chuvas depois dos incêndios.

O calor trouxe incêndios, a chuva desta segunda-feira trouxe derrocadas. Não é o destino de um Portugal entregue a um fado triste, mas uma fatalidade mais do que estudada pelos especialistas.

Em declarações à RTP, Manuel Costa Alves elenca os riscos das chuvas depois dos incêndios. E são muitos.

“No aeródromo de Coimbra, em Cernache, Coimbra, foram medidos 30 litros por metro quadrado numa hora, um valor considerado. E já provocou este tipo de acontecimentos [derrocadas], que vão ser potenciados por esta desgraça dos incêndios florestais”, explica o meteorologista.

E as autoridades e especialistas deveriam estar atentos a um fenómeno que já foi identificado.

“Há muito material na floresta que vai ser arrastado se tivermos um outono – outubro normalmente produz situações de aguaceiros fortes de curta duração – com aguaceiros intensos”, assinala Manuel Costa Alves, à estação pública.

“A atmosfera está bastante quente e desenvolve movimentos ascendentes propícios à formação de aguaceiros intensos, granizo e instabilidade atmosférica”, acrescenta.

“Com este verão marcado pelos incêndios, há um conjunto de materiais que estão na floresta, há a erosão fortíssima pela ocorrência destas chuvas, o arrastamento de terras, zonas que poderiam ser arborizadas deixam de o ser e o fenómeno dos incêndios deixou a encosta sem vegetação e sem capacidade de a regenerar”, adverte.

Estes efeitos “interagem com as alterações climáticas”.

“Quanto menos solo tivermos, alteram-se as propriedades físicas da superfície, a absorção do calor pela superfície, a sua reflexão, a perda desse calor. Há fenómenos a ter em conta e aquele que mais proximamente nos deve preocupar são os erosivos, de arrastamento de materiais para linhas de escoamento que deixaram de existir”, insiste Manuel Costa Alves.

“Isso pode envolver situações de emergência na Proteção Civil”.

O especialista alerta para o risco de poluição de linhas de água, ribeiras e rios, em resultado dos incêndios.

“É preciso que os especialistas se pronunciem sobre a composição química dos materiais que estão agora na floresta”, conclui.

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