Chávez parte para operação em Cuba e despede-se com um “volto já”

Com nova cirurgia agendada para a próxima semana em Cuba, o Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, despediu-se do povo venezuelano na noite passada com um evento bastante concorrido e na hora da despedida disse um “volto já”. É na ilha de Fidel Castro que Chávez quer ficar totalmente curado.

Hugo Chávez já está em Cuba, onde na próxima semana será alvo de mais uma intervenção cirúrgica, mas antes da viagem para a ilha de Fidel Castro despediu-se do povo venezuelano, que esteve em peso num evento promovido.

“Este evento não é de despedida, vou ali e já volto”, afirmou Hugo Chávez, assegurando estar preparado “para enfrentar o pior dos cenários”. O Presidente indicou contudo ter sonhado com Cristo, que lhe disse que se “levantasse porque não era hora de morrer”.

“Vocês sabem o que têm que fazer” e a primeira coisa é “garantir que não se perca a independência”, referiu durante a sua intervenção, difundida pela rádio e pela televisão. Chávez acabou o evento a cantar músicas tradicionais venezuelanas.

Hugo Chávez anunciou na passada terça-feira ter sido detetada uma nova lesão no local de onde lhe foi tirado um tumor cancerígeno, em junho. Apesar de pequena, a lesão requer uma nova operação e alguns dias ausência (cinco dias), prontamente autorizado pelo Parlamento venezuelano.

“Farei o esforço que tiver que fazer para vos conduzir, apesar das minhas dificuldades pessoais, a uma nova vitória a 7 de outubro”, disse Chávez, referindo-se às presidenciais. “Não importa”, acrescentou aos milhares de apoiantes, assegurando estar capaz de cumprir mais um mandato.

Recorde-se que Hugo Chávez enfrenta um processo de tratamento de um cancro, após uma operação a que foi submetido, em Cuba, para extração do tumor. Num comunicado transmitido no canal público, recentemente, o líder venezuelano revelou que as “as perspetivas de cura total são boas”, mas disse também que a caminhada será longa. E é essa caminhada que Chávez está a fazer.

O líder da Venezuela, no poder desde 1999, falou de forma pormenorizada do problema que enfrenta. “Uma estranha formação na zona pélvica, detetada no dia 11 de junho, determinou uma operação de emergência, para evitar o risco de infeção”, conta. Depois dessa operação, realizou-se um tratamento, “com evolução positiva, que trouxe uma notável melhoria”.

No entanto, e segundo palavras de Hugo Chávez, “foram aparecendo outras formações celulares”, que levaram a “uma série de exames que confirmou a existência de um tumor com a presença de células cancerígenas”. Todos estes exames foram realizados em Cuba.

Foi então necessária uma segunda intervenção, “que permitiu uma extração total do tumor”. A operação “correu bem” e foi seguida de tratamentos “tendo em vista recuperação”. Mas o processo de cura sofreu um revés, que leva o presidente da Venezuela de novo à sala das operações, novamente em Cuba.