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Cerca de 70% dos trabalhadores dos Caminhos-de-Ferro de Luanda em greve há quatro dias

Cerca de 70 por cento dos trabalhadores dos Caminhos-de-Ferro de Luanda cumpre hoje o quarto dia da greve por tempo indeterminado, em que estão garantidas apenas duas das 23 viagens diárias de comboio, indicou hoje à agência Lusa fonte sindical.

Segundo o secretário para informação da comissão sindical dos filiados no Sindicato Independente dos Ferroviários de Angola, Lourenço Contreiras, os trabalhadores continuam em greve e assim vão permanecer até verem concretizados o aumento de 80 por cento do salário.

“A circulação está parada e apenas estamos a garantir os serviços mínimos de dois comboios por dia”, disse Lourenço Contreiras, lembrando que esta é a segunda paralisação depois da ocorrida em janeiro deste ano, com a duração de 14 dias.

Lourenço Contreiras disse que desde o arranque da greve, iniciada quinta-feira passada, não foi ainda mantido qualquer contacto com a direção da empresa que, num comunicado emitido por altura da convocação da greve, considerou-a “injustificada”.

Os trabalhadores justificam a nova paralisação com a alegada falta de cumprimento do acordo alcançado em janeiro para a resolução das reivindicações, reclamando que, dos 19 pontos constantes no caderno, apenas um foi atendido, com a atribuição do subsídio de alimentação.

Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, os CFL dizem que “não são verdadeiras” as declarações de Lourenço Contreiras, que “ferem com o princípio da honestidade e da transparência”, descrevendo no documento os pontos do caderno reivindicativo resolvidos, os em fase de resolução e os por resolver.

Segundo o documento dos CFL, estão resolvidos oito pontos, nomeadamente os subsídios de funeral, de alimentação, o pagamento de horas extra e o prémio de percurso, entre outros.

Em fase de resolução estão sete pontos e por resolver, faltando as partes chegar a acordo, está o aumento salarial na ordem dos 80 por cento.

“O aumento dos salários será feito de forma faseada, dependendo do aumento da produtividade da empresa, através do plano de negócios reestruturado e da aplicação do novo tarifário a ser definido pelo Governo”, informa a empresa.

Num outro comunicado, emitido por altura da declaração de greve, os CFL descreveram a sua atual situação financeira, sublinhando que mensalmente recebe do Orçamento Geral do Estado, como subsídio operacional, que cobre apenas 83 por cento do fundo salarial, 102 milhões de kwanzas (285.117 euros).

Adicionados àquele valor, a empresa tem como receitas próprias 30 milhões de kwanzas (83.858 euros), para fazer face a todas as despesas mensais que estão estimadas em 280 milhões de kwanzas (782.675 euros).

Face à situação, a direção da empresa apelou então “ao bom senso da comissão sindical e dos trabalhadores”, manifestando “disposição para um contínuo diálogo, tendo em vista a resolução de todos os problemas dos trabalhadores”.

“As sucessivas greves em nada ajudarão a resolver os problemas existentes, apenas vão depauperar ainda mais a já difícil situação da empresa e convidamos todos os trabalhadores unirem-se à administração da empresa para sairmos da situação em que nos encontramos”, exorou a entidade empregadora.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: Angola

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