Na Turquia, as imagens de Mehmet Selim Kiraz, o promotor sequestrado por dois militantes da extrema-esquerda e morto durante a operação de resgate montada pelas autoridades, tornaram-se virais. Tão virais que a resposta governamental passou pela censura das redes sociais e de outros serviços.
Desde hoje que é impossível aceder ao Facebook e ao Twitter, por exemplo, mas nem o Youtube ficou de fora. Trata-se de uma “medida administrativa”, como explicou o regulador das telecomunicações, semelhante às promovidas há cerca de um ano aos sites que divulgaram acusações de corrupção contra o Presidente Recep Tayyip Erdogan e respetivo Governo.
Ao todo, o bloqueio abrangeu 166 sites, de acordo com as contas feitas pelo jornal Hurriyet. O único ponto em comum entre os 166 visados foi a partilha de fotos do procurador, sequestrado a 31 de março, com o cano de uma pistola encostado à têmpora.
Refém durante cerca de seis horas, Mehmet Selim Kiraz acabou por morrer durante a operação de resgate.
Para além do bloqueio dos sites, as autoridades anunciaram ainda a abertura de processos contra quatro jornais.
Ao contrário do que aconteceu em março de 2014, quando o então Presidente Erdogan mandou bloquear o Facebook e o Twitter, o ato de hoje foi legal: em março deste ano, o Parlamento aprovou uma lei que permite ao Governo bloquear um site sem necessitar de uma autorização judicial.
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