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Carvalho da Silva: “Revisão profunda não é rasgar” o memorando, mas apenas negociar um perdão

Portugal pode fazer uma “revisão profunda” do acordo com a troika, defende Carvalho da Silva: “não é rasgar” o memorando, mas negociar um perdão. “A história das dívidas”, salienta o antigo sindicalista, “é uma história de perdões”, sendo esse perdão “uma parte significativa”.

Carvalho da Silva, antigo líder da CGTP, não é tão exigente como o atual secretário-geral. Se Arménio Carlos insiste que é preciso “romper com o memorando da troika”, Carvalho da Silva argumenta que o importante “não é rasgar” o acordo com os credores, mas sim negociar uma “revisão profunda” de alguns dos termos que Portugal nunca conseguirá cumprir.

A explicação é dada pelo sindicalista que liderou (durante 25 anos) a CGTP numa entrevista ao Diário Económico. Carvalho da Silva sustenta que o atual memorando hipoteca gerações “umas atrás das outras” e que, se não houver uma renegociação dos termos, Portugal chegará a uma altura em que não conseguirá cumprir: “estão no domínio do senso comum formulações que não podem ser utilizadas sobre pena de não encontrarmos saída”.

Para o coordenador do Observatório sobre Crises e Alternativas, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o país encontra-se “inquestionavelmente” numa das crises mais difíceis de sempre, pelo que só uma “revisão profunda” do memorando permitirá aliviar certas condições para que as mesmas possam ser cumpridas.

“Querem rasgar o acordo? Não! O memorando? Não! Agora, o que há é conteúdos diversos no memorando que são pura e simplesmente inexequíveis”, insiste o antigo sindicalista, recuperando na entrevista ao Económico o que já defendera durante o Congresso Democrático das Alternativas, em outubro do ano passado.

Um exemplo desses “conteúdos inexequíveis” é a exigência de Portugal pagar a dívida pública quando esta, em março, atingia os 127,3 por cento do produto interno bruto. “A dívida foi passada por entidades que têm um poder mais forte sobre nós e, portanto, estão em condições de nos aprisionar”, defendeu Carvalho da Silva.

“Qual é a história das dívidas? É uma história de perdões, de uma parte significativa ser de perdão”, explica o antigo líder da CGTP, exigindo que a renegociação seja efetuada com a União Europeia enquanto “entidade política e não como uma entidade de gestão dos negócios”.

Redação

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