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O calor absorvido pelos oceanos está a afetar os ecossistemas

Estima-se que 93 por cento do aquecimento global tenha sido absorvido pelos oceanos, desde 1970. Verdadeiro escudo protetor dos Homem, o oceano está, no entanto, a sofrer consequências que podem ser devastadoras para os ecossistemas.

Durante o Congresso Mundial da Natureza, que decorre no Havai até ao dia 10 de setembro, foi conhecido o maior estudo realizado sobre o impacto do aquecimento global e das alterações climáticas nos oceanos. E as conclusões de 80 investigadores geram preocupação.

Entre 1955 e 2010, se a quantidade de calor absorvida pelos oceanos, ao longo de 2000 metros de profundidade, fosse parar aos 10 quilómetros mais baixos da atmosfera, o Planeta teria aquecido 36 graus, o que tornaria a vida insustentável.

No entanto, se, por um lado, os oceanos são verdadeiros escudos protetores da Humanidade, ao absorver 93 por cento do aquecimento global, há danos colaterais que podem ser sentidos pelo Homem, em resultado do aumento das temperaturas do mar.

“Os oceanos têm sustentado o nosso planeta. No entanto, com o aquecimento global, eles estão a sofrer. Estamos a tornar os oceanos doentes. Até 2100, é provável que o Planeta aqueça mais, entre um e quatro graus. Numa escala ecológica do tempo, isso representa já amanhã”, realçou Inger Andersen, diretora-geral da  União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

De acordo com o relatório ‘O que é o aquecimento oceânico: causas, escala, efeitos e consequências’, poderão ocorrer fenómenos meteorológicos extremos, em resultado da alteração das temperaturas das águas, com ecossistemas marinhos em risco e com potenciais perigos para transmissão de doenças através da água.

Para Dan Laffoley, coautor deste estudo, “o aquecimento oceânico é um dos maiores desafios ocultos desta geração”, que “não está preparada para o enfrentar”.

De acordo com aquele relatório apresentado nesta semana, “o calor e o dióxido de carbono acumulados no oceano não estão permanentemente presos”.

Caso as águas aqueçam de forma anormal, “esse calor e dióxido de carbono podem ser lançados de novo para a atmosfera”, o que dará origem a um “rápido regresso ao aquecimento”.

Para a realização deste estudo, foram avaliados diferentes ecossistemas marinhos, de dimensões opostas, desde os micróbios às baleias.

Dessa análise resultou a verificação de um fenómeno: no fundo do mar, algumas espécies estão a procurar regiões mais próximas dos polos, à procura de águas mais frias.

O aquecimento global está a prejudicar os ecossistemas marinhos.

Dan Laffoley, vice-presidente da IUCN, responsável pela área marinha, teme pelas consequências deste fenómeno nas espécies.

“Observámos algumas espécies a seguir em direção aos polos. Temos observado também a perda de áreas para reprodução, o que terá impacto no processo reprodutivo”, concluiu.

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