Lembra-se do ‘Festival da Carne’, que escandalizou o mundo devido ao abate de cães para serem comidos? Pois, foi em julho. Depois de passado o fenómeno nas redes sociais, deixou de haver apoio para os mais de mil cães salvos e mais de metade morreu à fome, no abrigo onde foram acolhidos.
Em julho, as redes sociais ficaram escandalizadas com a tradição de uma localidade chinesa, com milhões a subscreverem petições, milhares a fazerem donativos e alguns a atuarem no terreno. Mas bastaram algumas semanas para que centenas de cães, que tinham evitado serem torturados e comidos, morrerem à fome devido à falta de ajuda.
Voltemos ao início: em julho, o mundo ficou a saber que em Yulin, na China, havia uma tradição secular: o ‘Festival da Carne’. E, como o nome indica, tudo o que fosse carne servia para cozinhar, mesmo que fosse… de cão.
Mas o consumo da carne de cão nem era o mais chocante: o que verdadeiramente impressionou o mundo foi a tortura a que os ‘alimentos’ são sujeitos, alegadamente para a carne não ficar tão dura, assim como as notícias de que milhares de cães são roubados de casa a fim de irem para a mesa. Afinal, as estimativas apontavam para o abate de mais de 10 mil cães durante o ‘Festival da Carne’.
Graças às redes sociais, várias iniciativas foram postas em marcha para salvar o maior número de cães possível. As mais mediáticas (e inconclusivas) foram as petições, assinadas por milhões de subscritores, e os donativos. Graças ao dinheiro angariado, um grupo de 11 ativistas conseguiu comprar à organização 1381 cães, evitando que fossem torturados, assassinados e comidos.
A 4 de julho, esses animais foram levados para um abrigo também na China, o Sanduo Life Guarding Garden, onde já viviam quatro centenas de cães. Mas nem todos completaram a longa caminhada de 35 horas (entre Yulin e Sanduo) e pereceram pelo caminho e só mesmo alguns sortudos foram adotados.
Regressemos então ao presente: de acordo com a imprensa local, a ajuda que tornou o caso num fenómeno a nível mundial… desapareceu. Passados alguns dias, só três voluntários continuavam a ajudar no abrigo, muito longe das várias dezenas que acorriam diariamente durante o ‘Festival da Carne’.
O pior é que a ajuda financeira também desapareceu. Sem donativos, os responsáveis pelo abrigo ficaram sem meios para alimentar os quase 1800 cães que estavam registados em julho, o que levou à morte da maior parte deles.
A fome ‘facilitou’ o surgimento e a propagação de várias doenças, o que contribuiu para acelerar a tragédia. Ainda segundo a imprensa, restam cerca de 400 cães…
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