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Brasil preocupado com riscos de eleição argentina para o Mercosul

O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, avisou hoje que uma vitória da esquerda nas eleições presidenciais argentinas de outubro coloca em causa a integração do Mercosul na economia mundial e o objetivo de uma moeda em comum.

Paulo Guedes explicou que a participação do Brasil no Mercosul, bloco formado ainda por Argentina, Paraguai e Uruguai, está focada na “abertura económica e integração na economia mundial”.

“Nós queremos um Mercosul que seja um veículo para a modernização e para a abertura das economias”, anunciou Paulo Guedes em encontro com jornalistas durante a Cimeira do Mercosul, que se realiza na cidade argentina de Santa Fé. A reunião é a primeira depois do histórico acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, fechado em 28 de junho passado.

“Caso contrário, o Mercosul não nos interessa”, advertiu Guedes para logo apontar a ameaça: “Não temos certeza do que vai acontecer. Temos uma eleição agora na Argentina. Não sabemos o que vai acontecer na Argentina”.

Em outubro, a Argentina vai às urnas para escolher dois modelos de país completamente antagónicos: uma Argentina aberta ao mundo através do comércio livre, representada pela candidatura à reeleição de Mauricio Macri, ou uma Argentina isolada, baseada no protecionismo do candidato Alberto Fernández, líder nas sondagens.

“Nos últimos 30 anos, ficamos para trás porque o Mercosul estagnou as economias de Brasil e Argentina ao ficar alinhado a uma ideologia obsoleta. Queremos ir [ao encontro de] um modelo de integração competitiva com as economias globais”, disse Guedes, apontando uma sintonia de pensamento entre os Presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, da Argentina, Mauricio Macri, e dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O Presidente Bolsonaro pensa assim, Macri pensa assim e Trump pensa assim. Estamos a conversar”, disse em referência ao Mercosul começar a negociar acordos com os Estados Unidos.

Paulo Guedes abordou também a possibilidade de oBrasil e Argentina adotarem uma moeda comum, o peso-real. A hipótese foi revelada em 6 de junho passado durante a visita bilateral do presidente Jair Bolsonaro à Argentina.

Para Guedes, uma moeda comum seria o objetivo final da integração: “Quando os países fazem integrações comerciais, e o melhor exemplo disso é a Europa, lá na frente desembocam numa moeda comum como foi o euro. Você facilita a integração quando desemboca numa moeda comum”.

“Mas, do ponto de vista objetivo, não houve nada ainda. Foi uma conversa apenas. Falávamos sobre um horizonte. Do nosso ponto de vista, era um horizonte distante. Não é algo simples. É algo que deveria ser muito estudado”, explicou Guedes.

Questionado pela Lusa sobre o que aconteceria com esse objetivo se houvesse uma mudança do poder político na Argentina nas próximas eleições, Paulo Guedes sentenciou:

“Se mudar o signo político, pode ser até impossível. Não sabemos”, respondeu.

Lusa

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Lusa

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