Esta melhoria dos indicadores socio-económicos do Brasil deve-se, segundo o estudo, “ao aumento real dos rendimentos do trabalho, sobretudo do salário mínimo, ao alargamento da cobertura dos programas de previdência e assistência social e também ao aumento dos níveis de emprego.”
Um dos principais motores desta melhoria foi o programa de iniciativa estatal denominado “Bolsa Família” e que consiste na ajuda financeira às famílias mais carenciadas. Este programa, que em 2011 recebeu um investimento na ordem de 16,7 milhões de reais (6,7 milhões de euros) abrangia, o ano passado, 13,3 milhões de pessoas, mais do dobro das beneficiadas em 2004.
Apesar das melhorias socioeconómicas, a organização salienta que o país ainda tem 8,5 por cento da população a viver abaixo do nível de extrema pobreza, o que corresponde a 16,3 milhões de pessoas com rendimentos per capita inferiores a 70 reais (28 euros).
“Em linhas gerais, há uma evolução muito positiva desses indicadores, mas isso não quer dizer que não persistam ainda enormes desafios”, revelou a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
É o caso da população negra e feminina. Segundo os dados revelados, as mulheres trabalham anualmente, em média, mais dez dias do que os homens e têm mais dificuldades, quer ao nível da mobilidade profissional, quer ao nível do aumento dos salários. Já a população negra persiste como a mais pobre, a menos escolarizada e a que mais dificuldades enfrenta na procura de trabalho de qualidade.
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