A adição de químicos em substituição do sal, no processo de salga do bacalhau, colocou os eurodeputados portugueses em pé de guerra com os congéneres de Noruega, Dinamarca e Islândia. Os representantes nacionais consideram que a proposta apresentada pelos nórdicos atenta especificamente contra a tradição portuguesa de cura do bacalhau.
“Desconhecemos objetivamente o fundamento e os objetivos desta proposta apresentada pela Noruega, Dinamarca e Islândia, mas não podemos deixar de estranhar e denunciar que, nos termos em que é feita, afeta exclusivamente o bacalhau pescado no Atlântico Norte destinado a Portugal, uma vez que este é o único peixe que, depois de salgado pela cura tradicional portuguesa, apresenta um teor de sal superior a 18 por cento (entre 18 a 22 por cento), precisamente o valor especificado na proposta”, argumentam os eurodeputados portugueses, numa carta endereçada ao comissário europeu das Pescas, John Dalli.
Para justificar a oposição à proposta, os signatários contestam “que se pretenda trocar um produto 100 por cento natural, com séculos de processamento absolutamente seguro para o consumidor, por um produto adulterado com químicos”, tanto mais que “a própria Comissão reconhece que apenas ‘a maior parte dos polifosfatos será removida juntamente com o sal aquando do processo de demolha'”.
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