As declarações de Luís Gonçalves foram polémicas: o atleta paralímpico do Sporting revelou que o clube só lhe paga 50 euros. Fez um desmentido no Facebook, mas o Record reage, publicando o áudio com aquelas palavras.
“Há coisas que me revoltam. Viste esta apresentação do Nelson Évora? Foi no relvado, com umas letras gigantes com o nome dele. São estas coisas que me revoltam. Não é ser mau com o trabalho do Nelson. No meu próprio clube há discriminação. Já dei três medalhas euros e recebo 50 euros”.
Numa entrevista ao jornal Record, o atleta paralímpico Luís Gonçalves revelou que o Sporting só lhe paga “50 euros” e que serviu “de palhaço”, numa alusão a um evento de homenagem por ter conquistado uma medalha nos Jogos Paralímpicos do Brasil.
Mais tarde, numa nota partilhada no Facebook, o atleta do Sporting negou aquelas palavras: “Amigos, escrevo o presente post para vos dar conta da minha enorme indignação, insatisfação, desilusão e revolta perante o artigo da página 34 da edição do jornal Record de hoje. Como todos sabem, é com o maior orgulho que envergo a camisola do Sporting Clube de Portugal. Os que estão mais próximos de mim sabem que as referências positivas que faço ao Clube são constantes e quase diárias. Como poderia eu dizer tais barbaridades?! Lembrar-me do título da peça “Servi de palhaço, como sempre…”, numa alusão ao momento em que subi ao relvado do Estádio José Alvalade para mostrar a medalha que conquistei nos Jogos Paralímpicos, dá-me vontade de chorar. O meu dia está a ser envolto em grande tristeza e tinha tudo para ser o oposto”.
Perante esta reação, o jornal Record optou por publicar o áudio da entrevista, que confirma aquelas palavras.
O jornalista pergunta “como é que foi a experiência, em Alvalade?”.
“Servi de palhaço, mais uma vez. Como sempre. Como em todos os eventos sociais que há do Sporting e do Comité. Servi de boneco. Fui ao relvado respondi a duas ou três perguntas e ‘adeus vai-te embora, tchau e boas festas, e vai ver o jogo lá em cima se quiseres’”, afirmou.
O jornalista pergunta se pode reproduzir aquelas declarações. Luís Gonçalves consente: “Não me importo. Estás à vontade”. E continua:
“E o que aconteceu agora foi: fui ao relvado com a medalha que trouxe do Brasil, respondi a três perguntas e depois fui dar uma volta ao relvado, mas por trás dos placards publicitários”.
Luís Gonçalves manifesta revolta pelas diferenças de tratamento e compara a sua história com a apresentação de Nelson Évora.
“Há coisas que me revoltam. Viste esta apresentação do Nelson Évora? Foi no relvado, com umas letras gigantes com o nome dele. São estas coisas que me revoltam. Não é ser mau com o trabalho do Nelson. No meu próprio clube há discriminação. Já dei três medalhas euros e recebo 50 euros”, concluiu.
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