Vinte e quatro horas depois de se ter destacado como um possível candidato à liderança do PS, António Costa assumiu como “natural” uma recandidatura sua à Câmara de Lisboa, em 2013. “Em condições normais serei naturalmente candidato: se estiver de boa saúde, se estiver de consciência tão tranquila quanto tenho estado em relação ao trabalho que tenho feito e se tiver condições para uma equipa e um projeto mobilizadores e bons para a cidade”, admitiu.
Em entrevista à agência Lusa, no âmbito do quinto aniversário do seu mandato, o autarca socialista mostra-se disponível em manter a coligação com os movimentos liderados por Helena Roseta (Cidadãos por Lisboa) e por José Sá Fernandes (Lisboa é muita gente), com os quais alcançou a maioria absoluta, em 2009. Afirmando “não haver razão nenhuma para alterar uma equipa que funciona”, António Costa faz um balanço positivo dos últimos três anos de coligação, considerando-a importante para o processo de estabilidade governativa.
“Nem sempre estamos todos de acordo uns com os outros relativamente a tudo, mas temos criado um quadro de governabilidade na câmara que é muito importante”, considerou.
Relativamente a coligações com outras forças partidárias, o autarca fez questão de relembrar a sua vontade, “conhecida desde 2007”, de se aliar ao PCP. “Não posso passar a vida a insistir naquilo que os outros não querem. A minha vontade é conhecida […] e não está alterada. A porta está aberta”, referiu.
O autarca recordou, ter existido, nos últimos anos, “convergência [com o PCP] em muitas matérias”, mas admitiu que a oposição comunista, liderada pelo vereador Rúben de Carvalho, “faz questão de marcar a diferença”. Sobre a probabilidade desta atitude dos comunistas evoluir a favor de uma coligação, António Costa mantém algumas reservas. “Pode ser que haja evolução, mas não sei mesmo. Por mim tenho a porta aberta e continuará a estar. São precisos sinais de convergência, mas não notei nada nesse sentido”, admitiu.
Contudo, tendo em conta a “situação complexa do país e da vida municipal”, o chefe do executivo lisboeta preferiu mostar-se mais concentrado “no cumprimento do mandato”, do que na preparação das próximas eleições. “Temos muita coisa para nos concentrarmos para começarmos a pensar nas autárquicas”, defendeu.
António Costa foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa nas eleições intercalares de 2007 e reeleito, em 2009, com 44,01 por cento dos votos, em coligação com Helena Roseta e José Sá Fernandes, conseguindo assim uma maioria absoluta no executivo.
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