O secretário-geral do PS, António Costa, disse hoje, em Paris, que foi graças às comunidades portuguesas que, mesmo no período de crise, se manteve a “alta confiança” em Portugal e o prestígio dos portugueses no mundo.
“Todos sabemos que o país viveu épocas de crise muito profunda e que afetaram a nossa credibilidade internacional, mas ao longo desse período houve sempre algo que manteve bem alta a confiança de todos os que olham para nós, que foi o testemunho, a experiência e o conhecimento único do trabalho e do valor das nossas comunidades em todo o mundo”, afirmou António Costa.
O líder socialista esteve hoje num comício em Bois de Boulogne, que reuniu algumas dezenas de portugueses e lusodescendentes. A iniciativa de campanha eleitoral junto da comunidade portuguesa visou apresentar a lista do círculo da Europa, liderada pelo deputado Paulo Pisco.
“Queria agradecer-vos. A confiança que deram ao nosso país ao longo dos anos foi fundamental para a transformação que pudemos ter”, adiantou António Costa, considerando que a eleição de António Guterres como secretário-geral da ONU ou “as agências de ‘rating’ todas com ‘outlook’ positivo sobre Portugal” se ficou a dever “muito” aos prestígio das comunidades.
O secretário-geral do PS, também primeiro-ministro, admitiu ainda que poderá chamar lusodescendentes para formar um eventual próximo governo.
“Não é de excluir essa hipótese. Demos agora um passo muito significativo que foi candidatar como cabeça de lista pelo círculo do resto do mundo o número dois do Governo, Augusto Santos Silva. Isso traduz a nossa vontade de termos uma relação mais estreita [com as comunidades]”, respondeu António Costa quando questionado pelos jornalistas.
O secretário-geral negou ainda ter pedido a maioria absoluta. “Eu nunca pedi maioria absoluta, os portugueses decidirão o voto da forma como entenderem”, declarou ainda os jornalistas.
Já durante o comício, António Costa reconheceu que nem tudo está ganho para o país.
“Não devemos desistir da ambição de estar ainda melhor, foi essa ambição que trouxe muitos de vocês, os vossos pais e os vossos avós para França. Essa é a ambição que o conjunto do país tem de ter. Não podemos ter aquela ideia de que os que tinham ambição foram os que partiram e os que se acomodaram foram os que ficaram. A ambição tem de ser de todos”, acrescentou.
A acompanhar esta deslocação a Paris esteve também José Luís Carneiro, candidato a deputado pelo PS e atual secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que enumerou as medidas promovidas pelos Governo nos últimos quatro anos, nomeadamente em relação à modernização dos consulados, o programa Regressar ou o recenseamento eleitoral automático.
Com esta medida, 1,4 milhões de portugueses em todo o mundo vão poder votar por correspondência, recebendo o boletim de voto através dos correios e podendo enviá-lo de novo sem custos adicionais até dia 06 de outubro, data das eleições legislativas.
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