Alegada evasão fiscal de Scolari: Banco de Portugal suspeita de ‘saco azul’ no BPN

A alegada evasão fiscal de Scolari terá sido realizada através de um ‘saco azul gigantesco’ do BPN, avança hoje o Jornal de Notícias. O diário sustenta que o Banco de Portugal suspeita que o mesmo ‘saco azul’ serviu para alegados pagamentos a Luís Figo e a gestores através de ‘offshores’.

O Banco de Portugal (BdP) suspeita de que o Banco Português de Negócios (BPN) pagava ‘por fora’ a várias pessoas, incluindo ao antigo selecionador de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, avança hoje o Jornal de Notícias.

O diário cita António Gomes, um dos responsáveis pelas inspeções no BdP, que terá referido ontem em tribunal que o BPN dispunha de um ‘saco azul gigantesco’ para concretizar operações através de uma ‘offshore’, a Marizion.

Essa sociedade, acrescentou a mesma fonte, era detida pela Galilei, que posteriormente mudou o nome para Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e que detinha o BPN.

Terá sido através desse esquema que Luiz Felipe Scolari, entre 2003 e 2008, alegadamente, terá recebido avultadas verbas referentes a direitos de imagem. São esses montantes que a Procuradoria-Geral da República está a investigar, tendo o ‘sargentão’ sido constituído arguido por evasão fiscal.

Ainda de acordo com a notícia do JN, várias personalidades e gestores terão recebido pagamentos ou prémios através deste esquema, sendo citado o nome de Luís Figo.

O mesmo ‘saco azul’ da Marizion, com sede em Wyoming (EUA), terá servido para o BPN pagar os rendimentos dos clientes com “Contas de Investimento”, cujas perdas (na sequência da falência do banco) transitaram para a Jared Financial, uma outra ‘offshore’ sediada nos EUA.

Através dessas “Contas de Investimento”, que registaram perdas superiores a 31 milhões de euros, terão sido movimentados cerca de 600 milhões de euros.

As declarações de António Gomes, do BdP, foram proferidos no âmbito do processo BPN, depois de nove arguidos (de entre os 12 condenados a multas) terem recorrido.