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Adivinhe qual é o povo europeu que adora ser infeliz

Mais do que um estado de espírito, uma fatalidade, aceite como se não houvesse alternativa. Somos infelizes e não pretendemos mudar. Aceitamos essa infelicidade porque nos sentimos bem. Eis as ideias que resumem uma reportagem da BBC sobre Portugal.

“Os portugueses são felizes com o seu descontentamento. E de uma forma estranha (mas esclarecedora) gostam disso”.

Uma reportagem sobre Portugal deve fazer-nos pensar. Fala dos portugueses, da cultura da melancolia, da felicidade no descontentamento. Do fado e da saudade.

“Em Portugal, ninguém lhe diz ‘tenha um bom dia’. Ninguém se preocupa particularmente se você teve um dia agradável, porque as possibilidades de ter um dia agradável são diminutas. Se você perguntar a um português como eles estão, a resposta mais entusiasta que você pode esperar é ‘mais ou menos’”, escreve o jornalista Eric Weiner, numa reportagem para a BBC Travel.

O jornalista destaca a “cultura da melancolia”, as “expressões sombrias”, mesmo nas estátuas da capital.

“Sim, Portugal é um país triste, que se situa no 93.º lugar de uma lista de 157 países (logo atrás do Líbano), de acordo com o último relatório das Nações unidas sobre a felicidade mundial”, salienta.

Porém, mais do que sermos tristes, segundo a visão de Eric Weiner, é o prazer que essa tristeza nos dá.

“Mas não tenha pena dos portugueses. Eles estão contentes com o seu descontentamento. E de uma forma estranha (mas esclarecedora) gostam disso. É fácil supor que os portugueses são masoquistas, mas se passar algum tempo aqui, rapidamente percebe que os portugueses têm muito a ensinar, sobre a beleza escondida e a alegria na tristeza”, sustenta.

O jornalista usa uma palavra que considera intraduzível: saudade. Mas tenta explicá-la:

“Saudade é um anseio, a dor da ausência de uma pessoa, lugar ou experiência que trouxe prazer. É semelhante à nostalgia, mas, ao contrário da nostalgia, pode sentir-se saudade por algo que nunca aconteceu e que provavelmente nunca acontecerá”.

E assim surge o fado, o cantar lusitano. “Ninguém faz música triste como os portugueses. Fado significa literalmente “destino” e estabelece a sua triste beleza. Devemos aceitar o nosso destino, mesmo que seja cruel, especialmente se for cruel”, salienta Eric Weiner, nesta reportagem que nos deve fazer pensar.

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Etiquetas: d1homeViva Portugal

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