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Acordo Ortográfico: Palavras de Viegas suscitam estranheza no Brasil

Um dos elementos da comissão que negociou o Acordo Ortográfico, o brasileiro Godofredo Neto, reagiu com “estranheza” às palavras de Francisco José Viegas, na TVI24. O secretário de Estado da Cultura admitiu “efetuar ajustamentos” ao Acordo, o que aquele linguista não compreende que se reveja um processo que já concluiu todos os “trâmites jurídicos e políticos”, apesar de estar em curso um período de transição.

O Acordo Ortográfico não gera consensos (não está em causa concordar ou discordar das novas regras do Português) e gera agora “estranheza”, suscitada por um elemento do Governo português. O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, admite alterar as regras de um acordo que, segundo Godofredo Neto, já passou por todos os “trâmites jurídicos e políticos”.

O linguista brasileiro, membro da comissão que estabeleceu as negociações entre os países que partilham a Língua, considera que as mudanças que Francisco José Viegas admite representam alterações em matérias irreversíveis. E por isso não aceita que se mexa num acordo selado, com base na discordância relativamente às novas regras do Português.

A polémica (hipotética) alteração que Viegas admite foi tornada pública no programa ‘Política Mesmo’, da TVI24. O secretário de Estado da Cultura revelou que o Governo pondera, segundo o secretário de Estado da Cultura, mudar o Acordo Ortográfico e “aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar”, sendo que “há três anos para o fazer”.

O titular da pasta da Cultura argumenta também que o processo “não foi bem encaminhado” e foi decidido “à última da hora”. Nesse sentido, “até 2015” é possível “corrigi-la”, possibilidade que “o Governo usará”. Confrontado com estas palavras, Godofredo Neto afirmou que acha “estranho”…

“Até dezembro de 2012, prossegue um período de adaptação, sendo que Portugal cumpriu os trâmites legais e políticos necessários. É normal que haja discordâncias. Também as há no Brasil. Mas querer rever as regras é bem diferente”, afirmou o linguista, em declarações à agência Lusa.

“A ortografia é algo artificial, provavelmente. Portanto, sendo artificial, nós podemos mudá-la Nós temos que aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar. E há três anos para o fazer”, revelou ainda Francisco José Viegas, que se manifesta, no entanto, a favor de algumas mudanças previstas no Acordo Ortográfico.

Dentro de três anos a nova grafia é implementada nos países que partilham a Língua, mas as resistências ao novo Acordo permanecem. E atingem a sensibilidade de Francisco José Viegas, que tem o poder de decidir. Entretanto, remata o secretário de Estado, “cada português tem a possibilidade de escolher a ortografia que prefere”, sendo que não existe “uma polícia da Língua” e o desrespeito do novo acordo não acarreta “sanções graves”.

Godofredo Neto não comenta a expressão “polícia” da língua, mas lembra que há um processo que superou os trâmites e que não deve ser anulado, tendo como base simples discordâncias.

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