Colaborador da RTP há vários anos, João Gobern recorreu à sua página de Facebook para exigir “mais respeito e menos baixeza” pelo canal público. A declaração do jornalista e crítico musical, que desempenha funções de comentador na RTP, tem ‘agitado’ as redes sociais, por causa das recentes contratações para a direção de informação.
Ciente de que “o mundo está perigoso e as redes sociais ainda mais” e que, por isso, “o silêncio seria infinitamente mais cómodo e substancialmente mais prudente”, João Gobern deixa claro que “ninguém” lhe “encomendou o sermão” e que nem tem “nenhum interesse profissional, direto ou indireto, como motivação”.
Mas o jornalista e comentador assume a opinião sobre um caso que tem dado que falar dentro da RTP e justifica.
“Talvez seja da idade e do facto de viver há mais de 13 anos de colaborações a ‘recibos verdes’, não me apetece o conforto da abstenção diante daquilo que vejo e ouço.”
Gobern salienta o que lhe “custa” assistir a esta situação, que tem gerado revolta nos membros da Comissão de Trabalhadores da RTP.
“Custa-me perceber que toda a contestação se baseie num critério e num argumentário que tem servido fundamentalmente para degradar as empresas de comunicação social – o economicismo.”
Na declaração pública que fez questão de partilhar na sua página da rede social Facebook, João Gobern explica que as chegadas à RTP de Cândida Pinto e Helena Garrido são “valores acrescentados”.
“A RTP merecia mais respeito, mais visão e menos baixeza”
“A experiência e convicções de ambas pode contribuir para melhorar a informação da RTP que, ainda por cima, em tempos recentes, é mais assinalada por causa daqueles que partem do que em função dos que chegam.”
O comentador da RTP chega mesmo ao ponto de assumir que lhe faz “confusão, para não ir mais longe” esta “lógica de antagonismo a boas contratações (e ainda antes de poderem mostrar ao que vêm)”.
Na leitura de Gobern trata-se de uma posição que é “a mesma internamente que se vê aplicada, por sistema, por aqueles que, de fora, visam – em nome de ‘causas próprias’, que mereciam ser descodificadas – a degradação, a desvalorização e, em última instância, a aniquilação da RTP”.
O jornalista e comentador sustenta ainda que “a boa informação, hoje mais do que nunca, não se faz sem bons jornalistas”.
“E, nessa matéria, volto à opinião para dizer que fico descansado. Quanto ao resto, sem duvidar das boas intenções de alguns, talvez valesse a pena puxar o fio à meada. A RTP merecia mais respeito, mais visão e menos baixeza”.
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