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A fuga de Cunhal: Censurada em Portugal, notícia em destaque no estrangeiro

A fuga da prisão de Peniche de Álvaro Cunhal, juntamente com nove companheiros, em 1960, gerou um grande alvoroço. Em Portugal, a notícia foi alvo da censura, mas no estrangeiro o facto foi amplamente divulgado e comentado, segundo o historiador José Pacheco Pereira.

“O impacto internacional da fuga foi enorme”, garante o autor do quarto volume da biografia política do histórico dirigente comunista, que será lançado em dezembro.

Em Portugal, a censura impediu o conhecimento atempado dos acontecimentos, mas no estrangeiro foi amplamente noticiada a fuga de Cunhal.

“Da Europa às Américas e a África, do Congo Brazaville ao Peru, passando pela sensível imprensa brasileira, os jornais e as rádios noticiam o feito, conforme as suas simpatias políticas. A imprensa comunista exulta e a conservadora, em particular a espanhola, mostra preocupação”, lê-se na obra que retrata, em 480 páginas, a vida do político e a história do Partido Comunista Português (PCP) entre 1960 e 1968.

Por cá, a notícia sobre a fuga da cadeia, localizada no forte de Peniche, “era mais visível nas conversas, no boca a boca entre os portugueses comuns, muito amplificado entre os que se opunham ao regime de Salazar e, como seria normal, entre os simpatizantes e militantes do PCP”.

Segundo José Pacheco Pereira, “a fuga foi feita e preparada em Portugal, com os meios de cá e acima de tudo com os homens que nela participaram cuja determinação, disciplina, coragem e capacidade conspirativa veio deles mesmo e da sua experiência”.

Quanto aos eventuais apoios estrangeiros à fuga, o historiador argumenta que se “se considerar que o reforço do apoio financeiro ao PCP oriundo do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) e de outros partidos comunistas foi instrumental para financiar todo o processo de fuga, aí sim pode considerar-se haver intervenção internacional”.

“Todos os preparativos da fuga”, reforçou, “o uso de automóveis que se começa a generalizar para a direção do partido em vez das bicicletas e a rede larga de casas clandestinas revelam que ao PCP não faltavam recursos nesses anos”.

Álvaro Barreirinhas Cunhal (1913-2005) foi secretário-geral do PCP entre 1961 e 1992, partido no qual se filiou em 1931.

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