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Wikileaks: Japão sabia que corria riscos nucleares em caso de sismo

Japão foi avisado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), há dois anos, para o “perigo” nuclear que um sismo poderia provocar, segundo revela o Wikileaks.

Segundo um telegrama da diplomacia norte-americana, um especialista da AEIA demonstrou preocupação pelo facto de os reatores japoneses não estarem preparados para resistir a sismos de grandeza superior a sete pontos na escala de Richter.

“O especialista avisou para o facto de as regras de segurança nuclear apenas terem sido revistas três vezes em 35 anos”, pode ler-se nesse telegrama de há dois anos, que revela ainda: “A AIEA está a reavaliar agora essas regras”.

“Alguns sismos recentes ultrapassaram os limites aceitáveis para as centrais nucleares, o que é um problema sério no que diz respeito à segurança sísmica”, referia o telegrama.

Por essa altura, em 2008, numa reunião sobre a Segurança Nuclear do G8, que decorreu em Tóquio, o perito da responsável da Agência Internacional de Energia Atómica advertiu que os sistemas de segurança nipónicos “eram obsoletos”.

Na altura, o governo japonês tomou uma medida que não alterou os processos nas centrais nucleares: criou um centro de resposta de emergência em Fukushima, mas as centrais continuaram nas mesmas condições e só resistiam a sismos de magnitude 7.

Antes, outros avisos foram feitos, sem que fossem tomadas medidas. Outro telegrama datado de 2006 revela que o governo do Japão não cumpriu uma ordem de um tribunal, que exigia o encerramento de uma central no país, por subsistirem dúvidas quanto à capacidade de resistência a um sismo.

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