Economia

Wall Street fecha em forte alta após declarações tranquilizadoras do chefe da Fed

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta acentuada, com os investidores a saudarem as afirmações do presidente do banco central norte-americano [Reserva Federal (Fed)] que admitiu uma diminuição do ritmo de subida das taxas de juro.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 2,50 por cento, para os 25.366,43 pontos, na que foi a sua melhor sessão desde março.

Mais forte foi a valorização do tecnológico Nasdaq, que subiu 2,95 por cento, para as 7.291,59 unidades.

O alargado S&P500 também teve uma sessão positiva, ao progredir 2,30 por cento, para os 2,743,78 pontos.

Durante um discurso no Clube Económico, de Nova Iorque, o dirigente da Fed “disse as palavras mágicas” que os investidores esperavam, destacou Gregori Volokhine, de Meeschaert Financial Services.

Com efeito, os investidores ficaram preocupados quando Jerome Powell estimou no início de outubro que a Fed “ainda estava longe” da taxa “neutra” que pretende, uma que favoreça o crescimento económico sem alimentar a subida dos preços. Estas afirmações contribuíram de forma significativa para desencadear um período de forte turbulência em Wall Street.

Ao considerar na quarta-feira que as taxas estavam “mesmo abaixo” de um nível neutro, “ele assinalou que se estava próximo do fim do ciclo da subida das taxas”, considerou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities.

“Ainda podemos ter uma nova subida de taxas em dezembro, mas talvez só uma ou duas no próximo ano”, quando os observadores têm apontado até agora a eventualidade de duas a três, sublinhou.

Estas declarações tiveram o condão de tranquilizar os investidores de Wall Street, que desde há vários meses receavam uma subida demasiado rápida das taxas.

Um endurecimento demasiado brusco da política monetária norte-americana poderia, no seu entendimento, reduzir o crescimento económico, designadamente ao encarecer os empréstimos para as famílias e as empresas.

“O facto que Powell tenha repetido que a política monetária vai ser decidida em função dos dados económicos também tranquilizou os investidores”, disse Cardillo, o que sugere que a Fed deve ajustar as suas decisões se a economia perder ritmo.

Não obstante, o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, considerou que os comentários de Powell “não foram tão prudentes quanto os investidores pensam”.

Na realidade, o chefe da Fed estimou que as taxas estavam mesmo abaixo “do intervalo de estimativas”, com base no qual podem ser consideradas como neutras, sublinhou.

Se se considerar que este intervalo está atualmente estabelecido entre 2,5 por cento e 3,5 por cento, então “ainda estão por fazer três subidas” das taxas de juro antes de chegar ao meio, avisou.

Este ano, a Fed elevou por três vezes o intervalo da sua taxa de juro de referência, a dos fundos federais, sempre em 25 pontos-base (0,25 pontos percentuais). Em 22 de março subiu os extremos do intervalo para 1,50 por cento-1,75 por cento, em 14 de junho para 1,75 por cento-2,00 por cento e em 27 de setembro para 2,00 por cento-2,25 por cento.

Em destaque

Subir