Economia

Wall Street fecha em baixa entre subida de juros, geopolítica e guerra comercial

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, após uma sessão hesitante, entre a subida de juros, geopolítica e guerra comercial, com os investidores incapazes de fazerem os índices recuperarem, depois dos fortes abalos que sofreram nas sessões anteriores.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,35 por cento, para os 25.250,55 pontos, com as maiores perdas a serem apresentadas pelo tecnológico Nasdaq, ao desvalorizar 0,88 por cento, para os 7.430,74.

No meio, em termos de perdas, o alargado S&P500 recuou 0,59 por cento, para as 2.750,79 unidades.

Fragilizados pela subida repentina das taxas de juro nos Estados Unidos da América (EUA) e apesar de uma nítida recuperação na sexta-feira, os índices de Wall Street registaram na semana passada a sua mais forte queda semanal desde março, com o Dow Jones a largar 4,19 por cento e o Nasdaq 3,74 por cento.

Hoje, outros fatores negativos estiveram também a pesar no mercado, como a persistência de tensões comerciais entre Washington e Pequim, ou a subida das tensões geopolíticas entre os EUA e a Arábia Saudita, depois do desaparecimento na Turquia do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

A publicação de um indicador dececionante sobre as vendas no comércio retalhista nos EUA, que subiram menos do que esperado em setembro, também influenciou, considerou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities.

Mas, sobretudo, os investidores estão à procura “de ver até onde o mercado pode descer antes de recuperar”, na sua leitura.

Já para Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Managament, a baixa dos índices resultou de “uma correção técnica”.

Os investidores estão particularmente sensíveis ao facto de o S&P500 se ter mantido hoje abaixo da média dos últimos 200 dias.

Para estes dois analistas, a tendência pode inverter-se muito depressa, à medida que as empresas forem divulgando os seus resultados.

Os investidores em Wall Street continuam, porém, abalados pela recente subida das taxas de juro, que pode perturbar o crédito imobiliário e o consumo, bem como as despesas de investimento das empresas e, por ricochete, reduzir o crescimento mundial.

A este respeito, vão escrutinar na quarta-feira a publicação das atas da última reunião da comissão de política monetária do banco central norte-americano, em busca de qualquer sinal sobre as futuras decisões da Reserva Federal.

O mercado obrigacionista apresentava alguma distensão, com a taxa de juro dos títulos do Tesouro a 30 anos a situar-se, às 21:20 de Lisboa, em 3,154 por cento, depois dos 3,161 por cento com que fechou as transações na sexta-feira. Já a taxa destes títulos a 30 anos manteve-se nos 3,335 por cento.

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