Economia

Wall Street fecha em baixa com perspectiva de agravamento do conflito EUA-China

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a cederem às preocupações com a intensificação do conflito comercial sino-norte-americano devido a informações sobre a limitação dos investimentos na China discutida no Governo dos EUA.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,26 por cento, para os 26.820,25 pontos, e o tecnológico Nasdaq 1,13 por cento, para os 7.939,63.

No meio, as perdas do alargado S&P500 ascenderam a 0,53 por cento, para as 2.961,79 unidades.

Hesitantes no início da sessão, os índices emblemáticos de Wall Street caíram depois de a agência Bloomberg informar que “os responsáveis norte-americanos estavam em vias de discutir formas de limitar os fluxos dos investimentos de carteira dos EUA na China”.

O investimento em ativos estrangeiros tem duas grandes formas: direto e de carteira. O primeiro é de longo prazo e é feito via constituição ou tomada de posição influente em uma empresa; o segundo, mais de curto prazo, tem uma lógica especulativa.

Entre as opções ponderadas estão, entre outras, a retirada das sociedades chinesas das bolsas dos EUA ou a imposição de limites à exposição de fundos de pensões públicos ao mercado chinês, afirmou a Bloomberg, que citou fontes conhecedoras do processo.

Algumas destas medidas “precisariam de uma autoridade reguladora que (o presidente norte-americano) não tem”, afirmou John Coffee, especialista em direito do mercado bolsista na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Por exemplo, o Presidente norte-americano, Donald Trump, não poderia ordenar o encerramento dos índices ou de fundos com participações em empresas chinesas.

“Mas ele pode mostrar os músculos e algumas sociedades de investimento poderiam não querer correr o risco de enfrentar a fúria” do presidente, acrescentou.

A maior parte dos analistas mostrou-se circunspecta.

“Será que não é mais uma forma de procurar colocar um pouco mais de pressão” sobre os chineses, quando se aproxima uma nova ronda negocial, no início de outubro, em Washington, perguntou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.

Trump “não para de fazer o bom e o mau tempo, o que parece ser a sua tática de negociação”.

As ações de vários grupos chineses cotados em Nova Iorque caíram assim que foram conhecidas as informações da Bloomberg.

Os títulos da Alibaba, por exemplo, desvalorizaram 5,15 por cento e os da JD.com 5,95 por cento.

0s investidores também foram seguindo o caso que abala a Casa Branca, depois das acusações a Donald Trump de ter “solicitado a ingerência” da Ucrânia na sua campanha para a reeleição e aos seus colaboradores de terem procurado abafar esta iniciativa, que se pretendia manter em segredo.

Os democratas lançaram um processo de destituição do Presidente norte-americano.

Os investidores estiveram também a digerir a série de indicadores económicos dos EUA que foram divulgados hoje, que apontaram designadamente para a melhoria da confiança dos consumidores em setembro, depois de uma descida em agosto, e uma inflação em agosto de 1,4 por cento, bem longe dos 2 por cento que é o limite máximo para o banco central norte-americano.

Por outro lado, os rendimentos das famílias subiram conforme as expetativas em agosto (0,4 por cento), ao passo que as suas despesas perderam velocidade, ao aumentarem 0,1 por cento, depois dos 0,5 por cento no mês anterior.

No conjunto da semana, o Dow Jones recuou 0,4 por cento, o Nasdaq perdeu 2,2 por cento e o S&P500 desvalorizou 1,0 por cento.

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