Economia

Wall Street fecha em baixa com agravamento do conflito China-EUA

A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa, com os investidores inquietos, em pleno braço-de-ferro sino-norte-americano, com as repercussões das últimas medidas dos EUA contra o conglomerado chinês das telecomunicações Huawei.

Os resultados definitivos da sessão indicam uma forte depreciação do índice tecnológico Nasdaq, que recuou 1,46 por cento, para os 7.702,37 pontos.

Por seu lado, o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,33 por cento, para as 25.679,90 unidades, e o alargado S&P500 cedeu 0,67 por cento, para as 2.840,23.

Com Washington a interditar na semana passada aos grupos norte-americanos de telecomunicações fazerem negócios com sociedades estrangeiras consideradas “de risco” para a segurança nacional, a Google, detida pela Alphabet, que perdeu 2,06 por cento, e cujo sistema Android equipa a imensa maioria dos ‘smartphones’ no mundo, anunciou na noite de domingo para hoje que cortava as ligações com a chinesa Huawei.

Segundo a Bloomberg, vários importantes fornecedores norte-americanos, como a Intel, que perdeu 2,96 por cento, Qualcomm (-5,99 por cento) ou ainda a Broadcom (-5,97 por cento) indicaram que também cessavam os abastecimentos à Huawei até nova ordem.

“Estamos numa situação em que há demasiadas incertezas para entrar no mercado e o setor dos semicondutores, que tinha tido um dos melhores desempenhos no início do ano, está a sofrer diretamente”, comentou Adam Sarhan, da 50 Park Investments.

Outros nomes importantes do setor tecnológico também apresentaram perdas significativas, como a Apple (-3,13 por cento) ou a Microsoft (-1,44 por cento).

Mas, igualmente, grupos chineses cotados em Wall Street fecharam o dia com recuos importantes, casos da Alibaba (-5,26 por cento) ou Weibo (-4,78 por cento).

“Um outro tema veio também intrometer-se na equação: as tensões políticas com o Irão”, realçaram os analistas da Mirabaud Securities.

As tensões iraniano-norte-americanas conhecem um novo agravamento desde há alguns dias, depois do anúncio de um reforço da presença militar dos EUA no Médio Oriente, para enfrentar alegadas “ameaças” iranianas.

Este agravamento despertou os receios de um confronto entre o Irão e os EUA ou alguns dos aliados regionais de Washington, como a Arábia Saudita ou os Emirados Árabes Unidos.

“De momento, enquanto não se sabe o que se vai passar, é sobretudo o mercado de petróleo que se preocupa com esta situação”, mas os investidores “estão muito sensíveis ao agravamento das tensões”, estimou Sarhan.

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