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Wall Street fecha em baixa com investidores nervosos com disputas comerciais

A bolsa nova-iorquina fechou hoje em nítida baixa, com os investidores perturbados pela batalha comercial desencadeada pelos EUA contra os seus principais parceiros e cada vez mais preocupados pelas consequências para as empresas norte-americanas.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average fechou a perder 1,33 por cento, para os 24.252,80 pontos, depois ter chegado a estar a recuar mais de 2 por cento durante o dia.

Mais forte, foi a queda do tecnológico Nasdaq, que desvalorizou 2,09 por cento, para as 7.532,01 unidades.

Já o alargado S&P500, que representa as maiores 500 capitalizações em Wall Street, recuou 1,37 por cento, para os 2.717,07 pontos.

O aumento de hostilidade comercial entre Washington e Pequim está a enervar os investidores, que hesitam entre a esperança de ver as negociações chegarem a bom porto e o receio de um prolongamento das sanções aplicadas pelas partes.

“A acreditar em vários estudos de impacto, as consequências económicas não devem ser muito importantes, em particular para os EUA”, sublinhou Christopher Low, economista da FTN Financials.

“Mas se nos concentrarmos no S&P500, a maior parte destas empresas realizam metade dos seus lucros no estrangeiro”, pelo que “as barreiras comerciais são potencialmente elementos perturbadores”, observou.

Os investidores reagiram hoje também às informações da comunicação social, segundo as quais a Casa Branca tenciona anunciar até ao final da semana restrições limitando os investimentos chineses nas empresas tecnologias dos Estados Unidos.

O conselheiro de Donald Trump para o comércio, Peter Navarro, semeou a confusão ao afirmar, na estação televisiva CNBC, que os EUA não tinham a intenção de impor “restrições aos investimentos”, ao mesmo tempo que admitia que “tinha sido pedido ao Departamento do Tesouro que examinasse a questão” e entregasse um relatório até ao final do mês.

Em todo o caso, os investidores “manifestam que não gostam da direção que esta discussão sobre o comércio [internacional] está a tomar, parecendo que querem ficar em modo defensivo, enquanto não houver recuo neste assunto”, estimou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities.

Todas estas escaramuças começam a ter efeitos concretos: assim, o emblemático construtor das motos norte-americanas Harley Davidson anunciou que vai deslocalizar parte da produção para evitar as tarifas alfandegárias instauradas por Bruxelas, como represálias às decididas por Washington.

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