Economia

Wall Street encerra em baixa com Dow Jones em mínimos de quatro meses

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, enfraquecida pelas inquietações crescentes com a economia internacional, quando se intensifica o conflito comercial entre Washington e Pequim.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,87 por cento, para os 25.126,41 pontos, que é o seu nível mais baixo em quatro meses.

O tecnológico Nasdaq desvalorizou 0,79 por cento, para as 7.547,31 unidades, e o alargado S&P500 perdeu 0,69 por cento, para as 2.783,02.

Reflexo do nervosismo dos investidores e da sua apetência pelos ativos considerados valores refúgio, a taxa de juro paga pela dívida pública dos EUA a 10 anos desceu para o seu nível mais baixo desde setembro de 2017, para os 2,208 por cento.

“As consequências potenciais da guerra comercial com a China, que se está a intensificar, não sendo mensuráveis, os investidores estão a concluir que é melhor tirarem o seu dinheiro (do mercado acionista), mais do que procurarem entrar em setores menos expostos”, descreveu Sam Stovall, da CFRA. Regressarão ao mercado acionista, “quando a agitação passar”, previu.

“As taxas de juro podem baixar porque se tem medo de uma recessão e se pensa que o banco central norte-americano vai descer as suas taxas, ou porque se procura proteção da guerra comercial e do arrefecimento da economia internacional comprando títulos da dívida pública, o que faz baixar o seu rendimento”, lembrou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.

Esta descida das taxas não é em si alarmante, uma vez que pode aproveitar a alguns setores da economia, como o imobiliário, ou pode tornar o mercado acionista mais atrativo, acrescentou.

Mas os sinais de uma diminuição da taxa de crescimento da economia norte-americana multiplicam-se, com alguns observadores a recearem que se a guerra comercial entre os EUA e a China se agravar isso acabe por influenciar as decisões dos dirigentes das empresas, realçou Volokhine.

A estas incertezas económicas acrescentam-se cada vez mais as incertezas sobre a política em Washington, depois de uma intervenção do procurador especial Robert Mueller.

Na sua primeira declaração pública sobre o inquérito ao alegado conluio entre a campanha eleitoral do Presidente norte-americano, Donald Trump, e dirigentes da Federação Russa, Mueller disse que a acusação da Trump “não era uma possibilidade legal”.

Mas o antigo diretor da polícia federal (FBI, na sigla em inglês) reiterou uma das conclusões do seu relatório segundo a qual não podia exonerar o presidente norte-americano de suspeitas de entraves à Justiça.

“O caso está fechado!”, considerou Trump, de imediato, na rede social Twitter.

Mas um dos principais dirigentes democratas, constatando que o procurador especial “não teve capacidade para iniciar processo penal contra o presidente”, afirmou que competia agora ao Congresso “responder aos crimes, às mentiras e outras más práticas do presidente Trump”.

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