Economia

Wall Street com ganhos mínimos depois do acordo EUA-China

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em pequena alta, no dia em que se conheceu que China e EUA tinham chegado a um entendimento comercial e depois da vitória de Boris Johnson nas eleições britânicas.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average progrediu uns irrisórios 0,01 por cento, para os 28.153,38 pontos.

Apesar de valorizações também mínimas, os outros índices conseguiram mesmo assim estabelecer novos máximos históricos. O tecnológico Nasdaq progrediu 0,20 por cento, para as 8.734,88 unidades, e o alargado S&P500 avançou 0,01 por cento, para as 3.168,80.

Esta sessão “representou bem o ditado” segundo o qual os investidores fazem subir os índices na antecipação de uma informação e permanecem contidos quando ela se concretiza, observou Art Hogan, da National Holdings.

Na ocorrência, os investidores estiveram particularmente atentos esta semana às eleições britânicas, cruciais para o Brexit, e às negociações comerciais entre Washington e Pequim.

E nestas duas frentes “vai-se, enfim, poder ter alguma clareza e certeza” sobre estes assuntos, que têm condicionado os investidores desde há meses, estimou Hogan.

No conjunto da semana, o Dow Jones valorizou 0,4 por cento, o Nasdaq ganhou 0,9 por cento e o S&P500 avançou 0,7 por cento.

A vitória eleitoral dos conservadores britânicos, por um lado, afasta a perspetiva de um Brexit sem acordo e, por outro, a de um governo trabalhista de esquerda.

Em particular, a oficialização de um entendimento sino-norte-americano representou para os investidores uma trégua bem recebida ao fim de 19 meses de disputa comercial.

O compromisso prevê a redução progressiva dos direitos alfandegários punitivos aplicados pelos EUA às importações provenientes da China e a realização de compras “substanciais” de bens e serviços norte-americanos por Pequim durante os próximos anos.

A Apple, cujos iPhones teriam sido particularmente afetados se Washington aplicasse uma nova vaga de tarifas a partir de domingo, beneficiou com o anúncio e ganhou 1,36 por cento.

Contudo, o entusiasmo dos investidores arrefeceu ao longo da sessão.

“Os índices estão a subir desde o início do ano graças a dois elementos: a política monetária da Reserva Federal, que tem descido a suas taxas de juro de referência, e a perspetiva de um acordo com a China”, recordou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.

“Hoje vemos que esta subida era justificada, que as negociações avançam, que os dirigentes das empresas vão poder tomar decisões de investimento”, sublinhou.

“Talvez alguns investidores estejam desiludidos por não verem uma supressão total de todas as tarifas. Mas os pequenos movimentos dos índices hoje verificados não significam grande coisa”, avançou o analista.

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