Zélia Afonso, viúva do cantor Zeca Afonso, manifestou indignação pelo facto de o PSD ter utilizado partes da obra do cantor, durante o congresso que decorreu no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, entre sexta-feira e domingo. Trata-se de um ato “abusivo”, que desvirtua a “memória de José Afonso para efeitos de propaganda”.
Alguns versos da obra de Zeca Afonso foram usados durante o congresso social-democrata, o que indignou a viúva do cantor português. Zélia Afonso emitiu uma nota, divulgada pelo jornal Público, onde manifesta “indignação”.
Diz a viúva do cantor que, “se José Afonso fosse vivo, estaria na primeira fila dos que combatem a política neoliberal do Governo de Passos Coelho”. Por outro lado, argumenta Zélia Afonso, “a memória” do cantor “não pode ser desvirtuada para efeitos de propaganda”.
Lembra ainda que os ideais de Zeca Afonso “nunca se cruzaram com o PPD ou com PSD”. Mais: “Estiveram em lados opostos, no tempo histórico em que coincidiram”.
Zélia Afonso considera que os responsáveis do PSD “não podem ter dúvidas acerca destes factos”, pelo que usaram os versos com a consciência de que estariam a desrespeitar a memória e os ideais de Zeca Afonso.
Por outro lado, a viúva aponta o dedo à utilização “abusiva no plano legal” de parte da obra do cantor. Defende que usar versos de Zeca “na entronização do chefe deste partido e primeiro-ministro” é uma prática “manipuladora e insultuosa”.
Assim, no comunicado que o Público divulga, Zélia Afonso manifesta repúdio pela atitude do PSD no seu congresso e “protesta”, não obstante considerar positivo que a obra de Zeca permaneça atual.
