Nas Notícias

Visitas a familiares e amigos ganham terreno às dormidas turísticas

turismo_ruralA crise está a mudar o perfil do turista português, que tem trocado as dormidas para lazer ou férias por visitas a familiares ou amigos. As deslocações de negócios também desceram, segundo os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Vá para fora dentro das residências de amigos ou familiares: o turista português está a trocar o alojamento tradicional pela pernoita em casa de conhecidos. Esta mudança de perfil, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), deve-se ao aumento da crise em Portugal, já que ficar com familiares ou amigos “comporta despesas mais reduzidas, nomeadamente em alojamento, quanto comparadas com os outros motivos, situação propícia no atual clima económico vivido pelas famílias”.

Segundo os dados do INE, no ano passado houve uma quebra de 1,2 por cento nas viagens turísticas, envolvendo um total de 15,2 milhões de deslocações. O “lazer, recreio ou férias” continua a ser o principal motivo das deslocações, embora com “um menor peso” quando comparado com 2010, registando-se ainda a subida da “visita a familiares ou amigos”.

O número de dormidas foi sensivelmente igual, cerca de 68,3 milhões, mas nas viagens turísticas com, pelo menos, uma dormida fora do ambiente habitual registou-se a descida da variante de lazer – total de 6,9 milhões, menos 3,1 por cento – e a subida do motivo das visitas, que correspondem já a 6,5 milhões de deslocações.

Em queda esteve ainda a terceira razão, as deslocações “profissionais ou de negócios”, que baixaram 16,6 por cento: no quarto trimestre, a queda foi de 25,3 por cento face ao período homólogo de 2010. No ano passado, 964 mil viagens foram motivadas por este tópico.

Os dados do INE revelam que a esmagadora maioria das deslocações – 90,4 por cento ou 13,7 milhões – ocorreram em Portugal, enquanto só 1,5 milhões foram efetuadas no estrangeiro. Se no turismo interno quase não houve alteração (apenas caiu 0,3 por cento), no estrangeiro a descida chegou aos nove por cento, “a que não será alheio o fator financeiro”.

As deslocações de curta duração (até três noites) dominaram as estatísticas, com 67,7 por cento do total, mas a duração média de cada viagem foi de 4,5 noites. Quanto às dormidas, o INE registou 68,3 milhões, mais 0,3 por cento do que em 2010, com 80,9 por cento a serem realizadas em Portugal. O “alojamento particular gratuito” representou 67,4 por cento do total das dormidas, seguido dos “hotéis e pensões”, com 19,6 por cento.

“Mais de metade dos turistas, em 2011, tinha idades compreendidas entre os 25 e 64 anos, concentrando-se 30 por cento dos turistas no escalão dos 25 aos 44 anos e 30,3 por cento no escalão dos indivíduos com idades entre os 45 e 64 anos”, realçou o INE, acrescentando que 52,7 por cento dos turistas eram mulheres e 55,7 por cento tinham menos de 45 anos.

O automóvel, utilizado em 81,7 por cento das deslocações, foi o meio de transporte preferencial, com o avião em segundo lugar: 8,5 por cento das viagens.

Em destaque

Subir