Cultura

Visitantes do Museu dos Coches são estrangeiros com mais de 40 anos

Os visitantes do Museu Nacional dos Coches (MNC), em Lisboa, são, na maioria, estrangeiros e têm em média 46 anos, revela um estudo de públicos dos museus nacionais realizado em 2015, hoje divulgado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Trata-se do primeiro estudo realizado a 14 museus nacionais, por investigadores universitários, cujos resultados globais foram anunciados em 2016, e que têm vindo a ser divulgados individualmente, sendo este hoje apresentado no MNC, em Lisboa.

De acordo com o estudo, que foi realizado com base em inquéritos aos visitantes, os públicos do MNC têm uma maioria de estrangeiros na sua composição, com 77 por cento estrangeiros, dos quais dois por cento residem em Portugal.

Ao todo, são 62 as nacionalidades representadas, entre as quais se destaca França, com mais de um terço dos estrangeiros, e ainda Espanha, Estados Unidos e Brasil (10 por cento, 7 por cento e 5 por cento, respetivamente).

Somados, os públicos provenientes destes quatro países representam mais de metade dos estrangeiros, segundo o documento.

Quanto aos públicos de nacionalidade portuguesa “representam 23 por cento (e, destes, dois por cento residem no estrangeiro), valor muito abaixo do conjunto dos museus participantes no estudo”, acrescenta o documento a que agência Lusa teve acesso.

Comparando com o conjunto dos museus participantes, o perfil social predominante dos públicos do MNC é superior no que diz respeito à idade (a média é de 46 anos contra 42 no conjunto), menos escolarizado (68 por cento com pós-secundário, contra 73 por cento), com um nível de feminização semelhante (55 por cento são mulheres, quando no global representam 56 por cento) e com menor predominância nas profissões de especialistas das atividades intelectuais e científicas (51 por cento contra 61 por cento).

No MNC os públicos estrangeiros são relativamente mais escolarizados e qualificados em termos profissionais do que os nacionais, indica ainda o estudo.

Os públicos nacionais residem maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa (63 por cento), e também nas regiões do Norte e Centro (ambos com 14 por cento).

Os públicos são provenientes de todos os continentes, embora com a predominância europeia, que significa 78 por cento do total.

Quanto às visitas ao MNC, predominam os públicos estreantes com 86 por cento (valor acima da média do conjunto, que é 81 por cento).

Entre os que já tinham visitado anteriormente o MNC, prevalecem os que realizaram a visita há mais de dois anos (46 por cento), valor acima do conjunto de museus estudados (37 por cento), seguidos pelos públicos que tinham visitado o museu quando eram crianças (21 por cento), valor acima do geral (11 por cento).

A duração da visita ao MNC situa-se, para uma parte significativa dos públicos (60 por cento), entre os 30 e os 60 minutos, ou seja, predominam as visitas relativamente rápidas, facto reforçado pelo peso considerável das visitas entre uma a duas horas (24 por cento).

Relativamente às expectativas iniciais quanto aos conteúdos expositivos, 44 por cento dos públicos considera que corresponderam ao esperado e, entre os restantes, uma parte substancial julga que se situou acima (35 por cento) ou mesmo muito acima (14 por cento) do esperado.

O Estudo de Públicos de Museus Nacionais (EPMN) é o primeiro realizado no país que compreende uma amostra representativa, com mais de 13.000 questionários validados, mais alargado no tempo – 12 meses de recolha de informação – e no número de museus abrangidos.

O estudo do perfil dos visitantes do MNC é 9.º a ser divulgado, tendo já sido apresentados, entre outros, o do Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional do Azulejo, o Museu Nacional de Arqueologia, estes em Lisboa, e do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

Na segunda-feira, foi apresentado o estudo de públicos do Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional, em Condeixa-a-Nova, Coimbra.

O EPMN – que teve o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp e da Oni Telecom/empresa portuguesa de telecomunicações – foi realizado com base em dados obtidos através de um inquérito individual, realizado numa plataforma informática instalada no museu.

O objetivo da DGPC, de acordo com uma nota de imprensa divulgada, é que os estudos dos restantes museus nacionais participantes sejam divulgados até ao final de 2019.

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