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Viseu Dão Lafões “tem de aceitar” explicações do Governo sobre IP3

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões disse hoje que “tem de aceitar” as explicações dadas pelo ministro das Infraestruturas sobre os prazos da requalificação do IP3, mas afirmou que “não as aceita com bom grado”.

“Não aceito com bom grado, mas tenho de aceitar, porque mais vale termos uma obra [completa] em 2024 do que nunca a termos”, reagiu Rogério Abrantes à saída da reunião, de duas horas, com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

A CIM Viseu Dão Lafões tinha solicitado, em junho, uma audiência com caráter urgente ao atual ministro para explicar aos autarcas a diferença de datas apresentadas pelo anterior ministro, Pedro Marques, e as facultadas agora pela Infraestruturas de Portugal, numa reunião que decorreu com a CIM.

“É uma explicação que achei natural. Foi explicada toda a situação e talvez tenha havido precipitação do senhor ministro anterior, com uma má informação que lhe foi dada. Talvez, mas, portanto, foi-nos aqui dito como realmente as coisas vão acontecer e vamos acreditar que seja assim”, contou Rogério Abrantes.

O também presidente da Câmara de Carregal do Sal disse que “não vale a pena falar do passado”, até porque a reunião de hoje com Pedro Nuno Santos “foi bastante positiva”.

“E espero, sinceramente, que tudo aquilo que foi dito nesta sala se venha a concretizar”, disse o autarca socialista, que acredita nos “prazos apresentados”, que “foram estudados”.

E “se vier a aparecer algum imponderável”, tem de “aceitar e explicar às pessoas o que está a acontecer”.

“Vamos esperar que as obras arranquem, na realidade, no primeiro semestre de 2022, o primeiro troço, e que seja concluído todo o IP3 no primeiro semestre de 2024 e que esta seja a última vez que estejamos aqui a discutir o problema do IP3”, desejou Rogério Abrantes.

No final da reunião, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, reafirmou o que já tinha dito horas antes, aquando da visita às obras de requalificação que arrancaram no IP3, junto a Penacova, de que estas “deverão estar concluídas no primeiro semestre de 2024”, “se não houver imponderáveis”.

“Olhámos para o calendário e, com realismo, podemos chegar a um prazo que nos dê segurança a todos de que o IP3 será uma realidade (…). Obviamente, há em todos os investimentos públicos um conjunto de imponderáveis”, assumiu.

Pedro Nuno Santos descartou, destes imponderáveis, as eleições legislativas marcadas para outubro, uma vez que acredita que a obra do IP3 e o seu “investimento são consensuais no país”.

Trata-se de uma “via estruturante numa região muito importante no país”.

“Desde logo era importante, porque as populações merecem ser respeitadas nestas regiões, mas também porque é uma região que tem mostrado uma grande vitalidade económica e ganharam o direito a ter vias com qualidade”, assumiu.

No seu entender, “não há nenhuma força política em Portugal que não dê caráter de prioridade a este investimento, independentemente do que acontecer. Com a humildade de quem se vai candidatar a eleições (…) esta obra veio para ficar”.

Na reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nunes Santos, e o presidente da Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, esteve a direção da CIM, o presidente e autarca de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, e os autarcas de Castro Daire, Paulo Almeida, e Mangualde, João Azevedo, e ainda o presidente da Associação Empresarial de Viseu (AIRV), João Cotta.

O representante dos empresários corroborou as palavras de Rogério Abrantes e deixou ainda uma promessa feita pelo ministro, minutos antes, uma vez que Pedro Nuno Santos “teve uma reunião com o Tribunal de Contas e pediu a especial atenção para o IP3, porque tem a ver com a segurança das pessoas”.

“Sem diminuir o rigor e a exigência, há essa disponibilidade para acelerar essa avaliação” que o Tribunal de Contas fará antes da obra de requalificação arrancar, revelou João Cotta, que prometeu acompanhar o processo com “reuniões regulares, uma vez que já não foi a primeira vez que houve enganos” em relação às datas de requalificação.

Integram a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.

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