Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, solicitou o fim da violência naquele país “sem condições prévias”. Annan sustenta que a oposição deve cessar-fogo, para não conceder ao governo sírio argumentos que levem o regime a “desrespeitar os compromissos que estabeleceu”. A paz na Síria está distante, apesar do ‘ultimato’ de 48 horas feito por Annan.
Kofi Annan lançou um alerta ao governo e oposição sírios, para que estabeleçam um compromisso que conduza à paz naquele país, durante as próximas 48 horas. Segundo o emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, as duas partes devem cumprir o seu papel, com o objetivo imediato: acabar com a violência.
“Peço ao Governo às partes envolvidas neste plano de paz para que parem com a violência, de acordo com o plano de paz. Não deve haver condições prévias ou negociações na busca da paz”, afirmou Kofi Annan.
O emissário realizou uma conferência de imprensa, depois de uma visita a um campo de refugiados, onde testemunhou os efeitos da luta armada. Os sírios encontram-se na fronteira turca, à procura da paz que Annan tanto reclama.
Kofi Annan denunciou ainda que existem movimentações do exército sírio que representam uma mudança do local de violência, e não o termo desta: “O exército retira-se de um sítio e desloca-se para outro”.
O limite para o cessar-fogo – de acordo com o plano de paz apresentado por Annan e aceite pela Síria – era esta terça-feira. No entanto, as armas e a violência não pararam. O emissário aponta 48 horas como limite.
Até quinta-feira, o regime sírio e a oposição devem terminar com a violência. “Exigem-se sinais de mudanças indiscutíveis na postura militar das forças do governo. E essas mudanças devem ser imediatas, dentro dos próximos dois dias”, acrescentou Kofi Annan.
Por outro lado, o emissário que luta pela paz revelou, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança da ONU, que “devem ser feitos todos os esforços para garantir que governo e oposição sírios cumpram com o prazo de quinta-feira, para dar por terminado este conflito que no passado ano matou milhares de pessoas”.
A oposição desconfia das manobras de alegada retirada das tropas sírias. Por sua vez, o regime não acredita nas intenções da oposição, em cumprir o plano de paz. A Síria tem dois dias para pronunciar o verbo ‘confiar’ e pôr termo às mortes, que dia após dias se repetem.