O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política parlamentar no país, defende que a violência armada no centro resulta de fragilidades do acordo de paz, apelando para a revisão do documento.
“O acordo foi feito por duas pessoas e foi feito a correr, à porta das eleições, e quando assim é o resultado é este [o retorno à violência armada]”, declarou o presidente do MDM, Daviz Simango, em entrevista à Lusa.
Em causa está a violência armada que tem sido registada no centro de Moçambique, episódios que têm sido atribuídos a guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, que permanecem na região.
Para Daviz Simango, o grupo, que se encontram nas matas da Serra da Gorongosa, no centro de Moçambique, sente-se excluído, na medida em que o processo de desmobilização e integração não foi feito a partir da realidade dos guerrilheiros do braço armado do principal partido de oposição.
“O figurino do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da Renamo foi simplesmente de cima para baixo. É um figurino imposto e quando se faz a imposição de um figurino o resultado é esse”, frisou Daviz Simango.
Para o líder do MDM, “na prática ainda não há paz em Moçambique” e os signatários do acordo de paz de Maputo não devem sentir “vergonha de rever o documento”.
“É necessário dizer que há erros e que os vamos corrigir rapidamente”, afirmou Daviz Simango, alertando que não se pode subestimar os guerrilheiros que permanecem entrincheirados nas matas do centro de Moçambique.
O líder daquela força política entende ainda que é preciso entender as expectativas dos guerrilheiros da Renamo e, a partir disso, começar a desenhar o um novo figurino para o seu desarmamento.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, assinaram a 06 de agosto o Acordo de Paz e Reconciliação em Maputo.
As novas incursões no centro de Moçambique já causaram 21 mortos e acontecem num reduto da Renamo, onde os guerrilheiros daquele partido se confrontaram com as forças de defesa e segurança moçambicanas e atingiram alvos civis até ao cessar-fogo de dezembro de 2016.
Na semana passada, o ministro do Interior de Moçambique, Basílio Monteiro, anunciou o reforço de medidas de segurança em Manica e Sofala, que incluem o reforço do policiamento e a escoltas militares em alguns troços, um cenário que remonta ao pico, entre 2014 e 2016, das confrontações militares na crise política entre o Governo moçambicano e a Renamo.
O grupo de guerrilheiros acusado de estar a protagonizar os ataques é liderado por Mariano Nhongo, general da Renamo que exige a demissão do atual presidente do partido e melhores condições de reintegração.
A Renamo, por sua vez, distancia-se dos ataques, considerando que continua a cumprir com as cláusulas do acordo de paz e classificando Nhongo como desertor.
A guerra civil de Moçambique causou dezenas de milhares de mortos, entre 1977 e 1992.
No entanto, apesar dos vários acordos de paz que levaram o país ao multipartidarismo, a reintegração dos guerrilheiros nunca ficou resolvida e a Renamo manteve sempre um braço armado ativo, principalmente no centro do país.
Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 30 de…
Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…
A propósito do Dia do Trabalhador conheça os maiores erros de ética empresarial Quando os…
A Guerra do Vietname terminou a 30 de abril de 1975. Hoje, recorda-se o mais…
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)…
Milhão: onde saiu hoje? Saiba tudo sobre o último código do Milhão de sexta-feira e…